Intervenção urgente no Templo Romano de Évora por risco de queda de pedras

As obras deverão estar concluídas em quatro meses.

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PEDRO CUNHA/ARQUIVO

O Templo Romano de Évora, construído há dois mil anos, está a ser alvo de uma "intervenção urgente" de conservação, após ter sido identificado "um risco iminente e muito alto" de queda de fragmentos de pedra, revelou esta segunda-feira à agência Lusa a directora regional de Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira.

Segundo a responsável, o risco de queda de fragmentos, "sobretudo ao nível dos capitéis de mármore", foi identificado numa monitorização ao monumento realizada em Junho, tendo sido reconhecido "um dos fragmentos que se despegou". A urgência da intervenção prende-se com a necessidade de evitar "quer a perda irreversível de partes do monumento, quer algum acidente" que ali pudesse ocorrer, atendendo ao número de pessoas que diariamente circulam" na zona, explicou a responsável.

As obras, promovidas pela Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCAlen) em articulação com a Câmara de Évora, arrancaram na sexta-feira, com a montagem de andaimes e do estaleiro, devendo estar concluídas dentro de quatro meses. Os andaimes já colocados têm também como função "proteger as pessoas que circulam naquela área no caso de haver o desprendimento de algum fragmento", disse ainda Ana Paula Amendoeira.

A mesma responsável reconheceu que "a intervenção é cirúrgica e complexa, mas não é muito cara", referindo que o investimento no projecto de conservação e restauro do monumento "não vai além dos 50 mil euros".

A DRCAlen, adiantou, vai "aproveitar a montagem das estruturas para fazer o mapeamento de todas as patologias do monumento", com o objectivo de "projectar e planear intervenções faseadas de acordo com o que for sendo necessário" para a sua conservação.

A directora regional pediu ainda "a compreensão das pessoas para o facto de ficarem privadas de usufruírem da visão total e global do monumento", mas notou que "não há outra forma de fazer uma intervenção de restauro com esta dimensão e com esta importância".

Ainda assim, segundo a responsável, está prevista a realização de visitas organizadas que permitam a entrada do público mesmo durante as obras.

O Templo Romano de Évora, do século I depois de Cristo (d.C.), único no país e um dos mais notáveis da Península Ibérica, é monumento nacional e está abrangido pela classificação do centro histórico da cidade como Património Mundial, pela Organização das Nações Unidas, para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

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