Instituto Camões recebe Prémio Príncipe das Astúrias de Humanidades

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O júri do prémio destacou o contributo dos seis institutos na preservação e difusão do património cultural europeu PÚBLICO

O Instituto Camões foi hoje distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias de Comunicação e Humanidades 2005, em Oviedo, juntamente com cinco outros institutos de promoção das línguas e culturas europeias.

A organização portuguesa integrava a candidatura conjunta dos Grandes Institutos Culturais Europeus, da qual fazem também parte o Instituto Cervantes (Espanha), a Alliance Française, a Società Dante Alighieri (Itália), o British Council e o Goethe Institute.

Em comunicado, o júri do prémio sublinha "o contributo destas instituições, algumas das quais centenárias, na tarefa comum de preservar e difundir o património cultural europeu, através do ensino – em todos os continentes e junto milhões de pessoas – das respectivas línguas nacionais, da sua tradição artística e literária, bem como dos valores éticos e humanísticos que constituem o substrato da civilização ocidental".

Este ano concorreram ao prémio na categoria de Comunicação e Humanidades 24 candidatos oriundos de 15 países, entre os quais se destacam o crítico literário alemão Marcel Reich-Ranicki e os jornalistas norte-americanos Thomas Friedman e Bob Woodward. O editor britânico George Weidenfeld, o ex-presidente do Banco Mundial James Wolfensohn, o jornalista polaco Adam Michnik e o filósofo alemão Peter Sloterdijk também se encontravam entre os aspirantes ao prémio.

A categoria Comunicação e Humanidades é a segunda dos oito prémios Príncipe das Astúrias que serão entregues este ano, depois de na quarta-feira passada ter sido atribuído o galardão Cooperação Internacional à ex-presidente do Parlamento Europeu Simone Veil. Em 2004, o prémio de Comunicação e Humanidade foi atribuído ao jornalista francês de origem argelina Jean Daniel e ao longo das suas 26 edições distinguiu organizações como o diário "El Pais" e a rede brasileira Globo, ou personalidades tão distintas como Umberto Eco, Václav Havel, George Steiner ou Ryszard Kapuscinski.

Freitas do Amaral considera prémio uma enorme honra

Numa primeira reacção ao prémio, o ministro dos Negócios Estrangeiros português disse ter recebido a notícia "com enorme honra e satisfação". Em comunicado, Freitas do Amaral afirma "reconhecer a extrema importância" deste prémio, "que distinguiu o esforço e o trabalho que o Instituto Camões tem vindo a desenvolver, ao longo destes 13 anos, para a promoção da língua e cultura portuguesa em todo o mundo".

Freitas do Amaral aproveita "para felicitar a [presidente do Instituto Camões] Simonetta Luz Afonso e todos os seus colaboradores pelo trabalho que têm desenvolvido", lê-se na nota.

O Instituto Camões foi fundado em 1992, sucedendo ao Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, e tem como objectivo o ensino e a promoção do português e da cultura lusitana no exterior. Sob a tutela do ministro dos Negócios Estrangeiros, o instituto assegura a orientação, coordenação e execução da política cultural externa de Portugal, em particular a promoção da língua portuguesa.

O organismo conta com delegações em Berlim, Bruxelas e Vigo (Espanha) e com 28 centros de língua portuguesa e 15 culturais, espalhados por 21 países, como Timor-Leste, Guiné-Bissau, Luxemburgo e Índia. O Instituto organiza ainda várias actividades em 84 países dos cinco continentes e coordena o estudo do português em diversas universidades, departamentos e associações no estrangeiro.

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