Ibucos e livros

Apesar do êxito dos Kindles, Bezos tem estado quase sub-repticiamente a aumentar o preço dos e-books ao ponto de os tornar tão caros como as versões impressas e encadernadas.

Talvez eu conseguisse, com muita abnegação e astúcia, evitar a influência de Steve Jobs sobre a qualidade da minha vida. Mas seria incapaz de voltar aos tempos antes de Jeff Bezos.

Esta semana ele está na capa da Billboard, onde é entrevistado a falar da maneira como ele e a família numerosa usam o sistema Alexa. Recomenda ter um Echo em cada assoalhada e outro no carro. Até aqui tudo previsível. São produtos da Amazon. Mas é o entusiasmo do homem que mais tranquiliza.

Apesar do êxito dos Kindles, Bezos tem estado quase sub-repticiamente a aumentar o preço dos e-books ao ponto de os tornar tão caros como as versões impressas e encadernadas. Conseguiu,

Hoje só compro e-books quando me apetece lê-los imediatamente. Se conseguir esperar dois dias, recebo, pelo mesmo preço, livros verdadeiros. São mais fáceis de ler, anotar e folhear.
Também tem havido casos — com livros obscuros, por exemplo — em que os e-books são mais caros do que os livros. Aí não apetece nada ceder ao imediatismo.

Com o Washington Post em grande e mais uma livraria da Amazon a abrir em Washington, Bezos já fez mais pelas tradições e profissões tipográficas e papeleiras do que muitos antiamazónicos primários.
A vantagem e o problema de Bezos é que, ao contrário de Steve Jobs, não é um perfeccionista. Deixa as criações imperfeitas (a começar pela própria Amazon online) para poder passar à novidade seguinte, que já inclui viagens espaciais.

Os velhos livros, entretanto, agradecem.

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