Homenagem a Ruy de Carvalho nos 90 anos de vida e 75 de carreira

Festa realiza-se esta quarta-feira no Casino Estoril. A 22 de Março, o actor vai receber um Prémio Sophia de carreira, atribuído pela Academia Portuguesa de Cinema.

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O actor foi condecorado pelo Presidente da Republica, Jorge Sampaio, com o grau de Comendador da Ordem Militar de Santiago da Espada, no final de uma representacao da peca Rei Lear, no Teatro D. Maria II, em 1998 Manuel de Almeida/ Lusa

O actor Ruy de Carvalho vai ser homenageado esta quarta-feira no Casino Estoril, quando completa 90 anos e comemora 75 de carreira, com um espectáculo em que participam, entre outros, Rui Veloso e Dulce Pontes.

A festa de homenagem realiza-se no Salão Preto e Prata, com intervenções previstas de Rui Veloso, Luís Represas, Dulce Pontes e Toy, além dos actores João e Henrique de Carvalho, respectivamente filho e neto de Ruy de Carvalho, entre outros artistas.

A Academia Portuguesa de Cinema também vai distinguir o actor Ruy de Carvalho, com o Prémio Mérito e Excelência, na entrega dos Prémios Sophia do cinema português, no dia 22 de Março.

Ruy de Carvalho nasceu em Lisboa a 1 de Março de 1927, estreou-se em 1942, numa peça encenada por Francisco Ribeiro (Ribeirinho), e anunciou a reforma em 1998, quando interpretava Rei Lear, de Shakespeare, para o Teatro Nacional D. Maria II, mas prosseguiu a carreira durante mais duas décadas, pelos palcos, pelo cinema, pela televisão.

O actor tem o nome associado à primeira peça exibida na televisão portuguesa, Monólogo do Vaqueiro, de Gil Vicente, quando da criação da RTP, em 1957, e também à primeira telenovela, Vila Faia, em 1982, realizada por Nuno Teixeira.

Formado pelo Conservatório Nacional, actuou pela primeira vez no Teatro D. Maria II em 1947, integrado no elenco da companhia Rey-Colaço/Robles Monteiro. Seguiram-se o Teatro Avenida, a companhia Rafael Oliveira e o Teatro Monumental, o Teatro do Povo e o Teatro Moderno de Lisboa, com sede no Cine-Teatro Império.

Em 1963, assumiu a direcção artística do Teatro Experimental do Porto, onde realizou a sua única experiência como encenador, com Terra Firme, de Miguel Torga. Regressou ao Teatro D. Maria II, quando este reabriu, em 1978.

Fez parte do elenco dos musicais Passa por Mim no Rossio (1992) e Maldita Cocaína (1994), de Filipe la Feria.

Em Espanha, trabalhou no Teatro Monumental de Madrid, a convite do encenador Simon Suarez, e protagonizou Fígaro, de José Ramon Encinar, no Teatro Lírico La Zarzuela, também na capital espanhola.

Estreou-se no cinema no filme Eram 200 Irmãos (1951), de Armando Vieira Pinto, seguindo-se Pássaros de Asas Cortadas (1963), de Artur Ramos, Domingo à Tarde (1965) e A Bicha de Sete Cabeças (1978), ambos de António Macedo, O Cerco (1969), de António da Cunha Telles, Cântico Final (1974), de Manuel Guimarães.

Em 1990, entrou em O Processo do Rei, de João Mário Grilo, e Non ou a Vã Glória de Mandar, de Manoel de Oliveira, com quem trabalhou ainda em A Caixa (1994) e em O Quinto Império - Ontem Como Hoje (2004).

Ainda no cinema, nos últimos anos entrou em A Morte de Carlos Gardel (2011), de Solveig Nordlund, Refrigerantes e Canções de Amor, de Luís Galvão Teles, e A Canção de Lisboa, de Pedro Varela, ambos de 2016.

Ruy de Carvalho recebeu o Prémios de Imprensa para o Teatro e para o Cinema por sete ocasiões, e ainda os Prémios da Crítica, cinco vezes. Foi ainda distinguido com a Comenda e o Grande Colar da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, respectivamente, em 1998 e em 2010, o grau de comendador da Ordem do Infante, em 1993, e a Medalha de Mérito Cultural, atribuída pela Secretaria de Estado da Cultura, em 1990.

Em 2012, quando completou 70 anos de carreira, recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, que dedicou aos portugueses, por estarem a viver o "muito difícil" momento da crise económica.

 

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