Exposição com uma centena de obras de Modigliani abre as portas em Roma

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A exposição foi baseada nas cinco grandes retrospectivas organizadas desde o início dos anos 90 Pier Paolo Cito/AP

Uma exposição com uma centena de retratos e nus do pintor italiano Amedeo Modigliani (1884-1920) abriu hoje as portas em Roma e estará patente até 20 de Junho.

Com uma saúde frágil, alcoólico e dependente das drogas, “Modi” morreu aos 35 anos, vítima de uma meningite tuberculosa, um destino trágico que contribuiu para reforçar a sua popularidade.

Os seus retratos, reconhecidos pelas formas alongadas e os olhares distantes dos sujeitos, vendiam-se mal no início do século XX. Devido à falta de dinheiro, o artista pintava a óleo dos dois lados da tela para economizar recursos, como o mostram alguns quadros expostos no interior do Vittoriano, o imponente monumento que se ergue no coração da capital italiana, a centenas de metros do Coliseu.

“Modigliani instalou-se em Paris em 1906. Na altura tinha dois mestres nessa cidade, Picasso e Matisse. Não seguir as suas pisadas, como optou por fazer, condenou-o ao anonimato”, explicou Rudy Chiappini, comissário da exposição e director do Museu de Arte Moderna de Lugano (Suíça).

“Infelizmente, Modigliani sofre hoje com o seu sucesso. É pretexto para numerosas exposições mas a qualidade é muitas vezes discutível”, acrescentou Chiappini.

Para não cometer erros, os organizadores da exposição dizem ter seguido, escrupulosamente, os “catálogos oficiais” da família Ceroni e basearam-se nas cinco grandes retrospectivas organizadas desde o início dos anos 90.

Entre as obras expostas, uma cabeça esculpida em pedra (1911-1912) lembra ao visitante que o artista, nascido em Livorno, no centro da Itália, queria dedicar-se à escultura mas a fraqueza física rapidamente o fez desistir.

A exposição traça um percurso entre o universo particular de Modigliani, marcado por formas humanas muito estilizadas.

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