Teatro e dança marcam início do ano no Teatro Viriato

Teatro municipal de Viseu vai estrear o espectáculo de dança A Tundra, de Luís Guerra, e a peça Ivan ou a Dúvida, a partir de Dostoiévski.

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Fausto abre a temporada com um concerto a 21 de Janeiro Daniel Rocha

Duas estreias nacionais, uma de teatro e outra de dança, e uma criação própria marcam a programação do Teatro Viriato, de Viseu, para os primeiros três meses do ano, que foi apresentada esta segunda-feira.

Naquela que foi a sua primeira conferência de imprensa como directora-geral e de programação do Teatro Viriato, Paula Garcia prometeu até ao fim de Março "uma programação bastante intensa, que toca todas as áreas performativas: a dança, a música, o teatro e o novo circo".

No que respeita ao teatro, destacou a estreia nacional, a 4 de Fevereiro, de Ivan ou a Dúvida, de Sónia Barbosa, um espectáculo baseado na obra Os Irmãos Karamázov, de Dostoiévski. "Este projecto insere-se na preocupação do Viriato de apoiar os seus artistas associados", explicou Paula Garcia, acrescentando que este trabalho se insere "na investigação do doutoramento que a Sónia está a desenvolver na área dos estudos teatrais".

Dois dias antes, é apresentado, também em estreia nacional, o espectáculo de dança A Tundra, de Luís Guerra, que se fará acompanhar em palco pela sua avó, pelos bailarinos António Cabrita e Luís Marrafa e pelo actor Gonçalo Ferreira de Almeida. "O ponto de partida do Luís foi trabalhar em torno da experiência de vida da sua avó", explicou Paula Garcia, que sucedeu a Paulo Ribeiro na direcção do Teatro Viriato.

A Tundra surge na sequência de um programa lançado pela rede de programação Cinco Sentidos, da qual o Teatro Viriato é um dos parceiros fundadores.

"Decidimos em 2015 abrir um programa para apoiar a criação artística nacional. A estreia do primeiro resultado deste programa vai dar-se aqui em Viseu com o trabalho do Luís Guerra", frisou a programadora. Paula Garcia destacou também a encomenda que o Viriato fez à encenadora Joana Craveiro, do Teatro do Vestido, para "desenvolver um trabalho para crianças sobre a importância de se habitar uma casa como o Teatro Viriato desde criança". "Porque é que é importante para o desenvolvimento de um ser humano ter um contacto com as artes performativas" é uma das perguntas a que a performance, que será apresentada em Março, tentará responder.

Paula Garcia realçou que o Teatro Viriato "há muito deixou de ser uma casa apenas de programação" e passou também a ser "uma casa de criação". "Não só por ter a Companhia Paulo Ribeiro em permanência, mas também pelos inúmeros espectáculos cuja ideia e encomenda partem desta casa, são trabalhados nesta casa, estreiam nesta casa e circulam depois pelo país", justificou.

Mas será a música a abrir a programação de 2017 do Viriato, já no próximo sábado, dia 21, com o concerto Trilogia, de Fausto Bordalo Dias.

, a co-produção do Teatro Nacional São João com os Clã, Regina Guimarães e Nuno Carinhas (25 de Fevereiro) – e actualmente em cena no Teatro Carlos Alberto, no Porto – e Songs of Shakespeare, de Maria João, João Farinha e André Nascimento (18 de Março), são outras propostas musicais.

No que respeita ao teatro, Paula Garcia destacou também os espectáculos Filho da Treta, de José Pedro Gomes e António Machado (26 e 27 de Janeiro), A Constituição, de Mickael de Oliveira (3 de Março), e As Criadas, de Jean Genet, na nova encenação de Marco Martins (25 e 26 de Março).

Apostando na internacionalização, o Viriato apresenta, a 15 de Fevereiro, a produção de dança Speak low if you speak love, de Wim Vandekeybus, e, um mês depois, o espectáculo de novo circo Hallo, de Martin Zimmermann.

Segundo Paula Garcia, Speak low if you speak love é "uma aposta na presença em Viseu de um dos maiores coreógrafos europeus, que comemora com esta peça os seus 30 anos de actividade". Também Hallo será "um momento imperdível", um espectáculo para todos os públicos da autoria de "um dos maiores intérpretes e criadores na área do novo circo", acrescentou.

O coreógrafo Henrique Amoedo vai regressar a Viseu para ser o artista residente do Teatro Viriato, desenvolvendo durante este ano um trabalho de formação no sentido de fomentar competências críticas e criativas.

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