ANA e Fundação EDP tornam-se os maiores mecenas da campanha Sequeira

As duas empresas apoiam com 35 mil euros campanha para comprar quadro para o Museu de Arte Antiga.

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A obra Adoração dos Magos, de Domingos Sequeira, está em exposição no museu Daniel Rocha

A empresa que gere os Aeroportos de Portugal (ANA) e a Fundação EDP transformaram-se esta sexta-feira nos maiores contribuidores empresariais da campanha Vamos Pôr o Sequeira no Lugar Certo, que pretende adquirir a obra Adoração dos Magos, de Domingos Sequeira, para o Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa.

A ANA vai contribuir com 20 mil euros, enquanto a Fundação EDP anunciou uma participação de 15 mil euros.

Ao contribuir com 20 mil euros, a ANA vai adquirir 333.333 pixéis, enquanto a EDP compra 250 mil, pois a campanha faz a sua comunicação apelando a que cada português adquira um bocadinho do quadro numa contribuição mínima de seis cêntimos. Quando os cheques destas empresa forem entregues, estas irão ocupar os primeiros lugares na lista dos patrocinadores agrupados nas entidades - que junta empresas e todo o tipo de instituições –, onde neste momento podemos ver a Sociedade Portuguesa de Autores com 166.666 pixéis no site do PÚBLICO que aloja a campanha.

A campanha Vamos Pôr o Sequeira no Lugar Certo, lançada no final de Outubro, destina-se a comprar por 600 mil euros a obra-prima do pintor português a um privado, descendente do primeiro duque de Palmela. Já conseguiu até agora, segundo o MNAA, 182.915,67 euros, estando prevista que dure seis meses, ou seja, sem as contribuições anunciadas esta sexta-feira.

"A ANA, no âmbito da sua política de responsabilidade social, em particular na sua dimensão cultural, associa-se ao empenho da sociedade civil nesta iniciativa do MNAA, comprometendo-se em doar 20 mil euros para a aquisição desta importante obra do património cultural português", disse Rui Oliveira, porta-voz da empresa do grupo Vinci, ao PÚBLICO.

Para a Fundação EDP, este apoio enquadra-se na relação de grande proximidade que tem tido com o MNAA. "Orgulhamo-nos de poder contribuir para que uma obra com esta relevância possa integrar o acervo do MNAA. Sublinhamos, ainda, o pioneirismo desta campanha de angariação de fundos junto da sociedade civil”, refere Miguel Coutinho, administrador da Fundação EDP, num comunicado divulgado esta sexta-feira. A Fundação EDP, o braço cultural da empresa participada por capitais chineses, lembra ainda no comunicado a relação de mecenas que já têm com o museu.

O director do MNAA, António Filipe Pimentel, disse ao PÚBLICO que começam agora a ter a participação das empresas nesta campanha de angariação de fundos inédita em Portugal pela sua dimensão, mas uma prática comum em vários países há décadas. “Temos respostas acima da média da cidadania e bem abaixo da média nas empresas e grandes fortunas. Começamos agora a ver a reversão dessa tendência que o museu regista com muito agrado.” O director, que tem feito contactos com as empresas "de forma militante", diz que no final a campanha, atendendo à escala, dará um retrato do país e “é muito saudável que ele se equilibre”.

Além do PÚBLICO, esta campanha tem ainda como parceiros a agência de publicidade Fuel, a Fundação Millenium BCP e a RTP.

Texto corrigido a 14 de Março: a contribuição mínima da campanha é de seis cêntimos e não 0,6 cêntimos

 

 

 

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