Direcção-Geral do Património divulga este mês directores de seis equipamentos

No fim de 2016, o ministro da Cultura prometera abrir concurso para 40 cargos dirigentes da DGPC. O processo está agora em curso e já mereceu alguma contestação.

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O Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, foi em 2016 o equipamento mais visitado no universo DGPC PEDRO CUNHA / PUBLICO

Os novos directores de seis equipamentos sob tutela da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), entre eles o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, devem ser conhecidos este mês, adiantou à Lusa fonte oficial.

Além dos Jerónimos, que foi no ano passado o equipamento mais visitado no universo DGPC, tendo ultrapassado um milhão de entradas, serão também conhecidos os novos directores do Mosteiro da Batalha, do Museu Monográfico de Conímbriga, em Condeixa-a-Nova, dos museus nacionais Grão Vasco, em Viseu, e Soares dos Reis, no Porto, e ainda do Panteão Nacional, em Lisboa.

No caso de Viseu e de Conímbriga, os ainda directores manifestaram vontade de permanecer no cargo. No Grão Vasco Agostinho Ribeiro viu recusado o pedido de renovação automática da comissão de serviço, mesmo com a autarquia a pedir ao Governo para que fosse reconduzido. No Monográfico de Conímbriga, em Condeixa-a-Nova, a saída de Virgílio Hipólito Correia é já certa. Discordando abertamente com a decisão do Executivo de levar a concurso todos os cargos intermédios da DGPC, este director, no posto há 17 anos, decidiu não se candidatar.

Numa carta escrita aos deputados da Assembleia da República eleitos pelo círculo de Coimbra, de que o diário As Beiras fez eco, o arqueólogo acusa a DGPC, liderada pela arquitecta Paula Silva, de querer silenciar alguns directores em fim de comissão. No documento garante que há naquele organismo "um reforço do poder concentrado nos serviços centrais, à discrição da directora-geral".

A DGPC "entendeu como mais adequado o recurso ao procedimento concursal para assegurar a nomeação de todo o pessoal dirigente intermédio, em que se incluem os directores dos museus, palácios e monumentos dependentes deste organismo", afirmou à agência Lusa fonte deste organismo.

Em Dezembro passado, numa audição parlamentar, o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, afirmou que iam ser abertos concursos para 40 cargos de directores e chefes de divisão afectos à DGPC, justificando a decisão "por uma questão de transparência".

Fonte da direcção-geral adiantou à Lusa que até final deste ano serão renovados sete novos cargos de directores, e em 2018 três. De notar que o facto de se abrir concurso para estes lugares não quer dizer que os actuais titulares os abandonem, já que podem prestar provas e ser escolhidos, como aconteceu recentemente com o director do Palácio Nacional da Ajuda, José Alberto Ribeiro, e com o director do Museu Nacional de Arqueologia, António Carvalho (a recondução deste último foi publicada hoje em Diário da República).

Segundo a mesma fonte, em Fevereiro serão conhecidos os nomes dos que ficarão à frente do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), cargo que acumula com o de subdirector da DGPC, e do Convento de Cristo, em Tomar. Actualmente António Filipe Pimentel dirige o MNAA, que recebeu em 2016 175.578 entradas, tendo sido o segundo museu mais visitado da DGPC, atrás do Museu Nacional dos Coches.

A actual directora do Convento de Cristo é Andreia Galvão. Este monumento, classificado como Património da Humanidade, recebeu 295.808 visitantes em 2016, ano em que abriu ao público a ala filipina, onde tem patente, até Julho, a exposição A Botica do Real Convento de Thomar.

Em Agosto serão conhecidos os novos directores do Palácio Nacional de Mafra e dos museus nacionais Machado de Castro, em Coimbra, e do Azulejo, em Lisboa. Quatro meses depois será a vez do Museu Nacional do Traje, em Lisboa, e em Dezembro, o do Museu Nacional da Música, também instalado na capital.

Em 2018 serão divulgados os nomes dos directores dos museus nacionais dos Coches e do Teatro e da Dança, em Lisboa, e o do Mosteiro de Alcobaça.

As comissões de serviço dos directores de museus, palácios e monumentos são por três anos. As de director e subdirector-geral do Património são por cinco.

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