Colo de Teresa Villaverde vence grande prémio do festival Bildrausch

A mais recente longa-metragem da cineasta portuguesa teve estreia mundial em Fevereiro, no Festival de Berlim.

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O filme Colo, da realizadora portuguesa Teresa Villaverde, recebeu o grande prémio Bildrausch Ring of Cinema Art do festival suíço Bildrausch, que termina este domingo na cidade suíça de Basileia.

Suscitado pela crise portuguesa dos últimos anos, o filme, protagonizado por Beatriz Batarda e João Pedro Vaz, é assumidamente um statement político da cineasta, que assim o explicou ao PÚBLICO: "A crise estava por todo o lado e ouvíamos todo o tipo de histórias; desde o início que o que me interessou foi essa parte da família, a forma como os filhos passariam a olhar para os pais que não produziam nada. Muitos começaram a olhar para os pais como falhados, como pessoas que não valiam nada, ou até com vergonha."

O festival, criado em 2011, classifica-se como um "festival de festivais" e é dedicado ao cinema de autor, tendo premiado, em 2016, Apichatpong Weerasethakul e Ruth Beckermann, ex-aequo, e, no ano anterior, Guy Maddin e Evan Johnson, a par de Shinya Tsukamoto.

O júri da competição internacional do Bildrausch Filmfest deste ano, considerada o "coração" do evento, foi composto pelo realizador filipino Lav Diaz, pela produtora holandesa Ilse Hughan e pela montadora austríaca Monika Willi.

Em comunicado, a Portugal Film salientou que o evento "convida novos filmes que pela sua linguagem cinemática idiossincrática e abordagem diferente à narração provocaram alguma agitação no circuito internacional dos festivais".

Para além de ter marcado presença com Colo numa competição internacional que incluía nomes como o sul-coreano Kim Ki-Duk ou o inglês Terence Davis, Teresa Villaverde foi objeto de uma secção própria intitulada Punk frágil, na qual foram exibidos quatro filmes da cineasta: A Idade Maior, Três Irmãos, Os Mutantes e Transe.

"A acumulação de acontecimentos fatídicos desenvolve-se em histórias que têm um tipo de urgência dramática raras vezes vista no ecrã hoje em dia. Teimosa, delicada, resoluta e consistentemente, [Teresa Villaverde] rejeita imagens falsas e narrativas embelezadas, quer no seu cinema quer na vida em geral", pode ler-se na descrição da secção dedicada à cineasta portuguesa disponível na página do festival.

Colo é a mais recente longa-metragem de Teresa Villaverde e estreou-se em Fevereiro no Festival de Berlim, tendo desde então passado por festivais em Hong Kong, Áustria, Uruguai e Turquia. Foi também o filme de abertura da edição deste ano do IndieLisboa.

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