Buika mostra o que vale Vivir Sin Miedo nos coliseus do Porto e de Lisboa

Com o seu mais recente e aplaudido disco como trunfo, Buika apresenta-se agora nos coliseus. Esta sexta-feira no Porto, amanhã, sábado, em Lisboa.

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Buika: "Sempre me dirigi para onde os sentidos me levavam" JAVI ROJO

Concha Buika transcende o flamenco, desde os primeiros passos. Nascida em 1972, em Palma de Maiorca, filha de imigrantes da Guiné-Equatorial (que partiram para Espanha para escapar à ditadura de Nguema, hoje continuada por Obiang), gravou o seu primeiro disco (Buika ) em 2005, espelhando nele já a diversidade musical que se acentuaria em trabalhos seguintes. Depois Buika mergulhou a fundo no flamenco, e trabalhos como Mi Niña Lola (2006) e Niña de Fuego (2008) ou El Último Trago (2009). Seguidamente vieram La Noche Más Larga (2013) e Vivir Sin Miedo (2015), o mais recente, criados sempre na ampla margem de liberdade que a cantora a si mesma se impôs.

No disco Vivir Sin Miedo, mundialmente editado em Setembro de 2015, Buika quis homenagear a língua inglesa como forma de expressão, como explicou ao suplemento Ípsilon, do PÚBLICO, na altura do lançamento do disco. “Durante a minha carreira sempre me dirigi para onde os sentidos me levavam, homenageei a canção mexicana, a canção brasileira, cantei em português, em inglês, em francês, em hebreu, em arménio, em muitos idiomas. E neste disco quis fazer uma homenagem ao inglês como idioma, porque é um idioma universal muito bonito, que nos une a todos.” Por isso compôs, ela mesma, em inglês, não é um disco de versões. “Este disco é o meu primeiro disco em que todas as canções são escritas por mim.” O que não invalida a existência de três parcerias: com Jason Mraz (em Carry your own weight), Abraham Moughrabi (em Mucho dinero, Good men, Cidade do amor) e Glen Scott (The key (misery) e Sister). Uma das canções tem nome em português, Cidade do amor, embora seja cantada em inglês e espanhol. Ela justifica a contradição: “Em português o nome soava-me tão belo, mais poético. E era muito parecido com o som da própria canção. Então…Na verdade, nunca tive medo de idiomas, de misturar as coisas. Pareceu-me muito bonito.”

A par da música, Buika envolve-se em múltiplas actividades: escreve, fotografa, edita livros, participa numa ópera. “Nunca paro”, diz ela. Há cinco anos, trocou Espanha por Miami, onde hoje vive. Mas diz que isso não influenciou particularmente a sua música. “A minha música é muito mutante, está em constante movimento. Mas creio que o que influencia mais a minha música é viver viajando por todo o mundo.” A banda com que agora se apresenta é, aliás, um exemplo vivo disso. “Um está na Suécia, outro em Inglaterra, outro em Sevilha, outro em Madrid… É uma banda muito multicultural.”

Buika apresenta agora nos palcos portugueses, pela primeira vez, Vivir Sin Miedo. E nos coliseus. Esta sexta-feira no Porto e sábado em Lisboa, sempre às 21h30.

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