Brasileiro Thiago Rodrigues Braga vence prémio literário da UCCLA

Diário de Cão venceu a segunda edição do Prémio Literário UCCLA – Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa, ao qual concorreram 520 obras inéditas.

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O Brasil dominou a segunda edição do Prémio Literário UCCLA – Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa, com o prémio principal a ser atribuído a Diário de Cão, do brasileiro Thiago Rodrigues Braga, e a única menção honrosa atribuída este ano a destacar o livro de poemas Asa Norte, da sua conterrânea Rafaela Nogueira Barbosa.

Promovido pela UCCLA (União das Cidades Capitais Luso-Afro-Américo-Asiáticas) com a colaboração da editora A Bela e o Monstro e do Movimento 2014, o prémio, destinado a obras inéditas de ficção ou poesia em língua portuguesa, foi lançado em 2015, tendo então sido atribuído ao romance Era Uma Vez Um Homem, do português João Nuno Azambuja.

A esta segunda edição candidataram-se 520 obras enviadas por autores dos diversos países de língua oficial portuguesa, que passaram primeiro pelo crivo do consultor do júri, o poeta e ensaísta António Carlos Cortez, que seleccionou uma dezena para posterior apreciação dos jurados. A escolha final ficou a cargo de António Carlos Secchin (Brasil), Germano de Almeida (Cabo Verde), Inocência Mata (São Tomé e Príncipe), Isabel Alçada (Portugal), José Luís Mendonça (Angola) e José Pires de Laranjeira (Portugal), e ainda de João Lourenço, em representação da Biblioteca Nacional de Angola, João Pinto Sousa, pela editora A Bela e o Monstro, e Rui Ávila Lourido, coordenador cultural da UCCLA.

O prémio assegura a edição da obra premiada e daquelas que sejam destacadas com menções honrosas, e garante ainda um convite ao vencedor para participar, com todas as despesas pagas, no Encontro de Escritores de Língua Portuguesa que a UCCLA promove anualmente.

No seu relatório de leitura deste Diário de Cão, António Carlos Cortez sugere que o “estilo lembra Rubem Fonseca” e diz que o livro “é, na verdade, tudo menos um diário” e que nele “não há memorialismo e confessionalismo da intimidade, mas sim uma análise atenta a quanto, na literatura, é congenial à condição humana: frustração, desejo, ânsia por eternizar os instantes”. Termina a sua nota assegurando que se trata de “um grande, grande e estranho livro”.

Também Rafaela Nogueira Barbosa, que recebeu uma menção honrosa por Asa Norte, fora já destacada por Cortez como “a voz mais original das candidaturas postas a concurso”, num ano em que a “produção poética” foi, na opinião do consultor do júri, o “género literário que mais surpresa apresentou”.

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