Além da Arco, das obras-primas do Museu de Budapeste à retrospectiva de Bruce Conner

Espalhado pela cidade, há todo um programa paralelo à Arco Madrid.

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A retrospectiva que o Museu Rainha Sofia mostra do artista norte-americano Bruce Conner (1933-2008) é uma surpresa LUSA/Javier Tormo
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Para quem vem de Lisboa, a exposição Obras-Primas do Museu de Budapeste, cuja colecção viaja enquanto o museu húngaro está em obras até 2019, tem o atractivo suplementar de mostrar um Lucas Carnach, o Velho, com a mesma temática daquele que existe no Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa, Salomé com a Cabeça de S. João Baptista. Se a cabeça é muito semelhante, já a mulher que a pediu numa bandeja é muito diferente. O quadro deste artista do Renascimento alemão faz o cartaz e a capa desta exposição com 90 obras do museu, com destaque para uma Madalena de El Greco, um desenho de Leonardo da Vinci e a única escultura atribuída ao mestre italiano, embora com dúvidas, ou para a Madona Esterházi de Rafael. A colecção passa pelos impressionistas franceses e também pela vanguarda russa, além dos simbolistas húngaros.

Imperdível e uma surpresa é a retrospectiva que o Museu Rainha Sofia mostra do artista norte-americano Bruce Conner (1933-2008), produzida pelo SFMoMA (São Francisco) com a ajuda do MoMA de Nova Iorque, e que quer afirmar a importância deste artista multimedia de São Francisco na arte do pós-guerra dos EUA. Inaugurada na terça-feira à noite, a exposição com mais de 250 obras — e uma forte presença de assemblages, filmes, desenhos ou colagens com gravuras — deixa o director do Rainha Sofia, Manuel Borja-Villel, muito orgulhoso. “É a primeira vez que se faz uma exposição completa dele. As suas assemblages com objectos rejeitados pela sociedade mostram as ansiedades e os desejos da América da altura.” A ameaça nuclear, a violência ou o nascimento da cena punk. “Ele é um artista que questiona o cânone americano. A ideia de montagem é tão forte nas suas assemblages como nos filmes.” Conner, explica-se no Rainha Sofia, é um dos primeiros artistas a fazer instalações com materiais encontrados.

Espalhado pela cidade, há todo um programa paralelo à Arco Madrid, desde as inaugurações nas galerias, como a exposição da artista portuguesa Fernanda Fragateiro na Elba Benítez, ou todas as iniciativas ligadas à Argentina, desde a Biblioteca Nacional à Casa Encendida (Nicolás Robbio), cujo programa é comissariado por Sonia Becce. 

O PÚBLICO viajou a convite do Turismo de Espanha

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