Ainda à espera da ponte

O novo Museu Nacional dos Coches, que viu a sua abertura várias vezes adiada, continua a ter o restaurante por consignar. A prometida ponte pedonal e ciclável só chega em 2018.

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DANIEL ROCHA

Inaugurado a 23 de Maio de 2015, ainda pelo anterior Governo de Passos Coelho, o novo Museu Nacional dos Coches viu a sua abertura adiada sucessivas vezes. A obra, acabada desde o final de 2012 e entregue no começo do ano seguinte, esteve dois anos à espera que o Executivo desse luz verde à inauguração. A falta de dinheiro pesou, disse à época o então secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, que estimava os custos de funcionamento do museu em 2,7 milhões de euros/ano e os visitantes nuns “conservadores” (a expressão é do próprio) 350 mil/ano.

Passados dois anos, e segundo dados relativos a 2016 da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), a que o museu pertence, o museu tem despesas anuais que não chegam a 1,7 milhões, registando receitas no valor de 893 mil euros, números redondos (o que significa que quase 54% dos custos são assegurados pelas receitas próprias). E isto tendo ainda o restaurante por consignar. O espaço, que se situa no módulo de serviços do museu (o edifício tem dois módulos) e tem vista privilegiada sobre os jardins do Palácio de Belém, está há dois anos vazio. “O concurso para a sua exploração está a ser elaborado”, garantiu ao PÚBLICO a DGPC, via e-mail, recusando-se a comentar algo que tem vindo a circular no meio dos museus – a ideia de que a segurança do Presidente da República está preocupada com a grande janela que o restaurante tem com vista para a varanda da residência oficial do chefe de Estado.

Por construir está também a ponte ciclável e pedonal sobre a Avenida da Índia, a ligar o museu ao rio, que, desde a primeira reunião de obra ocorrida esta semana (dia 17), tem agora um prazo de conclusão de 300 dias. O relógio já começou a contar. 

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