Rita Cabaço distinguida com o Prémio da Crítica 2016

Actriz foi distinguida pela Associação Portuguesa de Críticos de Teatro pelo desempenho na peça Música.

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NUNO FERREIRA SANTOS
<i>Música</i> estreou-se no Teatro Municipal de São Luiz, em Lisboa
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Música estreou-se no Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa DR

A actriz Rita Cabaço foi distinguida com o Prémio da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro/2016, pelo seu desempenho em Música, de Frank Wedekind, numa encenação de Luís Miguel Cintra.

O júri decidiu ainda atribuir três Menções Especiais designadamente aos espectáculos As Criadas, de Jean Genet, numa encenação de Simão do Vale, Moçambique, pela companhia teatral Mala Voadora, e Dramatículos, sobre textos de Samuel Beckett, apresentado pelo Teatro da Rainha – com tradução e dramaturgia de Isabel Lopes e encenação de Fernando Mora Ramos.

Sobre Rita Cabaço, afirma a Associação Portuguesa de Críticos de Teatro (APCT) que na peça Música, de Wedekind, a actriz "representa uma personagem fundamental para a estrutura dramatúrgica, quer da peça, quer do espectáculo".

"Este seu trabalho foi marcado por características excepcionais, na sua relação não apenas com o texto, mas com todos os elementos de um espectáculo cuja lógica global passava por uma organização minuciosa de elementos concorrentes e, ao mesmo tempo, minuciosamente diferenciados entre si", lê-se no comunicado enviado esta quarta-feira à agência Lusa. A peça estreou no Teatro Municipal São Luiz, e foi reposta no Teatro do Bairro Alto, em Lisboa.

Relativamente às Menções Especiais, sobre As Criadas, peça levada à cena nos teatros Académico Gil Vicente, em Coimbra, e Carlos Alberto, no Porto, foi "uma segunda incursão por Simão do Vale no universo feminino após o espectáculo Gertrude, em 2013". "A opção ousada de traduzir uma versão menos conhecida deste texto de Genet proporcionou uma encenação bela e crua e com uma forte aposta no simbolismo cénico", afirma a APCT, acrescentando que o "espectáculo destacou-se pela excelente direcção de actores, a coerência das opções dramatúrgicas e a forte expressividade do desenho de luz".

Quanto a Moçambique, pela Mala Voadora, afirma a APCT: "A pretexto de um episódio biográfico de Jorge Andrade, a Mala Voadora tece em Moçambique uma ficção que corre em paralelo com um país a descobrir-se no pós-colonialismo". "Fazendo uso de um simples e eficaz dispositivo dramatúrgico, que convoca tanto o humor e a dança quanto imagens de arquivo dos primeiros anos de independência, questiona-se habilmente de que forma o indivíduo e a História moldam os seus destinos", lê-se no mesmo comunicado. A peça estreou-se no Teatro Municipal Rivoli, no Porto, e esteve em cena também no Maria Matos, em Lisboa, e no Viriato, em Viseu.

Em relação a Dramatículos, a APCT entendeu destacar a actriz Isabel Lopes "pela sua excepcional composição de Boca (Eu não) e Mulher sentada (Cadeira de embalar) num registo criativo da personagem que conjugava, de forma subtil, vaidade e recato, quietude e sobressalto".

O Prémio da APCT será entregue em data e local a anunciar.

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