Nuclear não Obrigado! é o lema do 22º CineEco

A Suplicação-Vozes para Chernobyl, de Pol Cruchten, filme baseado na obra de Svetlana Alexievitch (Nobel da Literatura 2015), é o filme de abertura.

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A Suplicação-Vozes para Chernobyl, de Pol Cruchten
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Rio Corgo, de Maya Kosa e Sérgio da Costa

A Suplicação-Vozes para Chernobyl, de Pol Cruchten, filme baseado na obra de Svetlana Alexievitch (Prémio Nobel da Literatura 2015), é o filme de abertura do 22º CineEco -Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela, que se realiza de 8 a 15 de Outubro, na Casa Municipal da Cultura de Seia. Assim se dá o mote para o festival, com o regresso ao apelo Nuclear não Obrigado!, que a organização, em comunicado, justifica pela “evocação dos 30 Anos da tragédia de Chernobyl e as recentes dúvidas levantadas sobre a segurança da velha central nuclear espanhola de Almaraz, localizada a uma centena de quilómetros da fronteira com Portugal, e que usa as águas do Tejo para o seu arrefecimento”

“O slogan dos activistas das décadas 70 e 80, contra a energia nuclear, mantém-se actual, embora depois do desastre de Fukushima, em 2011, a opção por esta forma de produção de energia tenha sido abandonada por vários países. Em Portugal felizmente nunca se consolidou, embora da vizinhança Espanha venham alguns riscos em caso de acidente nuclear, pois há várias centrais ainda em actividade.”

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A Suplicação-Vozes para Chernobyl

A Suplicação-Vozes para Chernobyl cumpre então, em toda a linha, como filme de abertura: um ensaio, baseado na obra de Alexievitch (publicada em Portugal pela Elsinore), a partir de memórias que testemunham os 30 anos do desastre nuclear de Chernobyl, a 26 de Abril de 1986, na antiga URSS (agora Ucrânia). O final da competição de longas-metragens junta-se, igualmente, ao apelo Nuclear Não Obrigado! que ajudou a fundamentar a Selecção Oficial, ou seja, cerca de 100 filmes de mais de 20 países: Furação, de Cyril Barbancon, Jacqueline Farmer, Andy Byatt (França), viagem ao coração de um dos fenómenos climáticos mais destruidores da natureza, e que tem aumentado devido ao aquecimento global.

Outros títulos da programação, sempre reflectindo sobre temas ambientais: A Morte Diária, de Daniel Lentini (Brasil), sobre as desertificação no estado de Minas Gerais, ou Rio Corgo, de Maya Kosa e Sérgio da Costa (Suíça/Portugal), vencedor do DocLisboa 2015, filme sobre a solidão e isolamento no interior de Portugal - os dois concorrem em simultâneo à Competição da Lusofonia. Na Competição Internacional de Longas: A Vida Em Chamas, de Manuel H. Martín (Espanha), sobre um corpo de bombeiros que luta contra fogos na Andaluzia; Flores do Futuro: Dobra Voda, de Valérie Valette (França), conjunto de perspectivas sobre uma boa utilização da água a pequena escala; O Normal É Mais Que Um Filme, de Renee Scheltema (África do Sul), viagem pelo mundo à procura de soluções contra o declínio ambiental; Sempre a Terra, de Sarah Grohnert (Nova Zelândia), sobre a defesa dos direitos de propriedade de uma tribo Maori; Os Guardiões da Água. Carnia Revolta-se, de Giulio Squarci, filme que descreve como os habitantes de uma pequena localidade alpina se mobilizaram para reagir a uma tentativa de privatização dos serviços hídricos.

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