SpaceX anuncia que vai levar duas pessoas à órbita da Lua em 2018

Empresa liderada por Elon Musk diz que foi abordada por dois "cidadãos privados" para realizar uma viagem ao satélite natural da Terra.

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Reuters/PATRICK T. FALLON

A empresa SpaceX, fundada e liderada por Elon Musk, anunciou esta segunda-feira que foi abordada por dois "cidadãos privados" para realizar uma viagem à órbita da Lua no próximo ano, acrescentando que já foi pago um “depósito significativo” para tornar realidade a viagem.

“Como os astronautas da Apollo antes deles, estes indivíduos vão viajar para o espaço carregando as esperanças e sonhos de toda a humanidade, guiados pelo espírito universal humano de exploração”, afirmou a empresa em comunicado. E esta não deverá ser a única viagem, isto porque a SpaceX diz ter outras pessoas muito interessadas no programa.

A missão vai ter um tempo previsto de uma semana, e não haverá lugar a uma aterragem na Lua. Apesar disso, a última missão do projecto Apollo ocorreu em 1975, e marcou também a última vez em que o Homem alcançou o satélite natural. Por isso, e a concretizar-se o projecto da SpaceX, 45 anos depois um ser humano poderá novamente viajar até ao espaço profundo, lê-se no comunicado.

O primeiro passo será agora conduzir testes de saúde e de aptidão no final deste ano para depois serem realizados os treinos iniciais. A NASA tem também um papel importante no projecto, providenciando a maioria dos fundos para a criação da Dragon 2, a cápsula que será utilizada para o transporte destas pessoas.

Em concreto, a Dragon 2, que ainda não foi testada mas que está a ser desenvolvida para transportar tripulação da NASA até à Estação Espacial Internacional já no final deste ano, será lançada a partir do foguete Falcon Heavy, apresentando no último Verão. A voo deverá atingir entre 400 e 500 mil quilómetros de distância da Terra no espaço, explicou Musk aos jornalistas, e vai rodear a Lua antes de regressar. Apesar disso, Musk garante que se a NASA quiser ser a primeira a realizar a missão lunar, será dada prioridade à agência americana.

A empresa garante que não quer parar por aí, afirmando que a missão lunar servirá também como preparação para o próximo grande objectivo: levar o seres humanos até Marte.

Abrindo assim a era do turismo espacial, Musk não revelou a identidade dos “turistas” nem o montante que pagaram, afirmando apenas que “não são ninguém de Hollywood” e que o pedido foi “muito sério”. O CEO da SpaceX admitiu também que o voo será perigoso mas garante que os clientes têm “os olhos abertos” relativamente ao que poderá acontecer. “Nós estamos a fazer todos os possíveis para minimizar esse risco, mas não é de zero”, afirmou Musk, acrescentando que as pessoas que realizarem a viagem não vão pilotar a Dragon 2, pois esta é controlada por um sistema remoto e autónomo a partir da Terra. No entanto, em caso de emergência, os passageiros podem passar a deter o controlo da nave espacial. O empresário diz que ainda falta a aprovação da Administração Federal de Aviação americana para colocar tudo em prática.

Desde a fundação da SpaceX, há 15 anos, que a empresa e o seu fundador têm abraçado objectivos e projectos ambiciosos. Em 2011, Musk já olhava para 2014 como a altura em que poderia realizar a primeira missão tripulada, afirmando nesse mesmo ano que em 2021 ou 2024 estaria pronto para levar o ser humano a Marte. 

Em Janeiro a empresa regressou aos lançamentos espaciais com sucesso depois de ter perdido um foguetão Falcon 9, que explodiu durante testes de rotina.  

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