Perito afasta situação de seca perante volume de água nas albufeiras

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Rui Rodrigues disse que abaixo da média está a generalidade dos armazenamentos no Norte do país Nelson Garrido

O volume de água actualmente armazenada nas maiores albufeiras do país corresponde à média esperada em Fevereiro e a situação ainda não configura um cenário de seca, segundo um perito do Instituto da Água (Inag).

A 15 de Fevereiro, 70% do território continental estava em situação de seca severa, 25% em seca moderada e 5% em seca extrema, segundo o índice de seca meteorológica divulgado pelo Instituto de Meteorologia.

Mas nesta época do ano, os índices das albufeiras são semelhantes aos anos anteriores. “Tomando como base as albufeiras de volume significativo, Portugal Continental tem cerca de 11 km3 de capacidade de armazenamento de água, da qual cerca de 70% se encontra preenchida”, disse à Lusa Rui Rodrigues, do Sistema de Nacional de informação de Recursos Hídricos (SNIRH), do Inag.

De acordo com Rui Rodrigues, os valores de armazenamento das albufeiras “correspondem praticamente à média esperada em Fevereiro, ainda que a sua distribuição espacial não seja uniforme”, pelo que o volume de água armazenada “não configura, para já, uma situação de seca”.

Das 56 albufeiras monitorizadas pelo Inag, 17 apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e quatro têm disponibilidades inferiores a 40% do volume total. No último dia do mês de Janeiro de 2012 e comparativamente ao último dia do mês anterior verificou-se um aumento do volume armazenado em 5 bacias hidrográficas e uma descida em 7.

Com mais água armazenada do que a média (1990/1 a 2010/1) estão as bacias hidrográficas do Mondego, Oeste, Sado, Mira e Barlavento algarvio. Abaixo da média estão as albufeiras do Arade, Guadiana, Tejo, Douro, Lima, Cávado e Ave. A bacia com menos água armazenada em relação à média é a do Arade. As suas duas albufeiras estão a 28,9% (Arade) e a 34,2% (Funcho).

“Abaixo da média está a generalidade dos armazenamentos no Norte do país, ainda que essa situação de menor armazenamento já tenha ocorrido mais quatro vezes nos últimos 10 anos”, sustenta Rui Rodrigues, afastando hipotéticos cenários de problemas de abastecimento de água às populações. Já no que respeita à falta de água para aproveitamento agrícola, Rui Rodrigues admite que “existem pequenas barragens que estão a abaixo dos níveis de água desejados, ou mesmo vazias, devido à falta de chuva”, situação que tenderá a normalizar se verificar alguma precipitação nos próximo tempos”.

Os dados divulgados pelo SNIRH resultam da monitorização de 56 albufeiras.

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