Neurocientista português Rui Costa premiado na Holanda

Trabalho seminal sobre o controlo dos movimentos na origem da distinção.

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O neurocientista Rui Costa DR

O neurocientista português Rui Costa recebeu em Amesterdão a Medalha Ariëns Kappers, atribuída pela Academia Real de Artes e Ciência da Holanda, pelo contributo para o estudo do movimento e da aprendizagem de novas e complexas acções.

Rui Costa, investigador principal do Centro Champalimaud, em Lisboa, e professor de neurociências da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, Estados Unidos, recebeu o galardão no Instituto de Neurociências da Holanda, indicou a Fundação Champalimaud em comunicado.

À agência Lusa, a partir de Amesterdão, o cientista disse que acolheu com surpresa a distinção, uma vez que “normalmente o prémio é dado a pessoas mais estabelecidas” na área das neurociências. “Fiquei muito contente, mas tenho de trabalhar muito para justificar [o galardão].”

O neurocientista tem-se dedicado ao estudo do movimento, como se inicia, como se constroem sequências de movimentos, como se aprende a fazer novas acções e acções mais complexas.

A investigação de Rui Costa – que descobriu mecanismos nos gânglios da base (região do cérebro) “responsáveis pelo controlo da iniciação e das sequências de movimentos voluntários” – pode servir para criar “novas estratégias terapêuticas contra doenças como a de Parkinson, o autismo e as perturbações obsessivo-compulsivas”, considerou o Instituto de Neurociências da Holanda, segundo o comunicado da Fundação Champalimaud. Rui Costa foi o escolhido para o galardão deste ano “pelo seu trabalho seminal sobre o controlo dos movimentos”.

Depois de ter recebido a Medalha Ariëns Kappers esta terça-feira, o investigador português deu a conferência “Geração e formação de repertórios de novas acções”. O galardão é concedido desde 1987, de dois em dois anos, e deve o seu nome ao neurologista holandês Cornelius Ubbo Ariëns Kappers, que foi, entre 1908 e 1946, o primeiro director do Instituto Central para o Estudo do Cérebro da Holanda (actual Instituto de Neurociências da Holanda). Em 1999, a Medalha Ariëns Kappers foi atribuída ao também neurocientista português António Damásio e a outros dois outros reputados neurocientistas, os norte-americanos Gerald Edelman e Michael Gazzaniga. 

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