Ministro diz que há falta de manifestações de cientistas a pedirem mais dinheiro

Manuel Heitor anunciou que vai participar em Lisboa, a 22 de Abril, na Marcha pela Ciência, uma iniciativa que acontecerá em vários países para mostrar a solidariedade com os investigadores que trabalham nos Estados Unidos.

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O ministro Manuel Heitor sublinhou que a Europa "precisa de cientistas mais activos", a defenderem os seus direitos NFACTOS / FERNANDO VELUDO

O ministro da Ciência, Manuel Heitor, considerou neste sábado que há falta de activismo científico na Europa, inclusive de manifestações de cientistas a pedirem mais dinheiro para o sector. "Os cientistas não se envolvem", afirmou o ministro à Lusa, assinalando que "não há manifestações de cientistas a pedirem mais dinheiro para a ciência".

Manuel Heitor deu o exemplo dos agricultores que se manifestam em Bruxelas, onde fica a sede da Comissão Europeia, para exigir mais apoios financeiros para o sector.

O titular da pasta da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior falava à Lusa, depois de ter participado na sessão de abertura de um encontro de presidentes das sociedades de matemática europeias, que decorre até domingo, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. "Não temos activismo científico", sustentou, na sessão de abertura, sublinhando que a Europa "precisa de cientistas mais activos", a defenderem os seus direitos.

As declarações de Manuel Heitor ocorrem três semanas antes da Marcha pela Ciência em Lisboa, na qual, disse, vai participar. Esta marcha realiza-se a 22 de Abril noutras cidades europeias, nos Estados Unidos e na América Latina, nomeadamente no Brasil, num movimento à escala global em defesa da ciência, após o novo Governo norte-americano de Donald Trump ter ameaçado com cortes as entidades que fazem investigação.

Em Lisboa, a marcha, que deverá ocorrer entre o Largo do Carmo e o Museu Nacional de História Natural e da Ciência, é organizada por um grupo de cientistas que trabalham no país e visa também "desmistificar o papel dos cientistas" e assinalar a importância da ciência para o futuro, justificou à Lusa o neurocientista Gil Costa, do Centro Champalimaud.

Há três anos, a comunidade científica portuguesa saiu à rua, em Lisboa, em protesto contra o corte das bolsas de doutoramento e pós-doutoramento, acusando o Governo PSD/CDS de desinvestimento no sector.

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