Japão põe robôs a trabalhar solos agrícolas devastados por tsunami de Março

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O nascer do Sol, a 1 de Janeiro, em Kesennuma, na província de Miyagi Kyodo/Reuters

O Japão está a planear uma quinta agrícola futurista numa zona arrasada pelo tsunami de 11 de Março, onde são os robôs que lavram a terra e colhem arroz, trigo, soja, fruta e vegetais.

O chamado “Dream Project” do Ministério japonês da Agricultura, na província de Miyagi – 300 quilómetros a Norte de Tóquio –, vai durar seis anos e conta com um investimento de cerca de 40 milhões de euros.

Numa propriedade com 250 hectares, tractores sem condutor vão lavrar os terrenos e robôs vão fazer as colheitas, colocando os produtos nas respectivas caixas. O uso de fertilizantes químicos será reduzido.

O tsunami, gerado por um sismo de magnitude 9, inundou a costa Nordeste do país, matando mais de 19.000 pessoas. Cerca de 24.000 hectares de solos agrícolas férteis ficaram danificados, nomeadamente com a deposição de combustíveis e com elevados níveis de sal.

A central nuclear de Fukushima, afectada pelo tsunami que inundou os seus sistemas de arrefecimento dos reactores, libertou radioactividade que entrou na cadeia alimentar e obrigou as autoridades a condicionar a venda de determinados produtos, como o leite, a carne e o arroz produzidos na região.

O acidente nuclear, considerado o mais grave desde Tchernobil (Ucrânia) em 1986, foi o último golpe desferido num sector agrícola a braços com a concorrência dos produtos vindos de outros países.

Companhias tecnológicas, como a Panasonic e a Fujitsu, estão a ser convidadas para fazerem parte deste projecto, que pretende ajudar os agricultores das zonas inundadas e a reanimar a agricultura japonesa, noticiou o jornal nipónico Nikkei.

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