Investigadores da Universidade de Aveiro criam radar para medir respiração à distância

O objectivo é usar um sistema radar para monitorizar à distância de um a dois metros os sinais biométricos de um paciente.

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Fábio Augusto/Arquivo

Um radar que permite medir a respiração à distância está a ser desenvolvido por uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA), revelou esta segunda-feira fonte académica.

"O equipamento está em fase de protótipo, mas já temos alguns resultados encorajadores. Já conseguimos medir em algumas situações o ritmo respiratório", disse à Lusa José Vieira, engenheiro electrotécnico. O Bio-Radar resulta de uma colaboração entre o Instituto de Engenharia Electrónica e Telemática de Aveiro (IEETA) e o Instituto de Telecomunicações de Aveiro, duas das unidades de investigação da UA.

O objectivo é usar um sistema radar para monitorizar à distância de um a dois metros os sinais biométricos de um paciente. "Inicialmente, será só para medir o ritmo respiratório, mas estamos a trabalhar para que, dentro em breve, também possamos medir o ritmo cardíaco, que é um pouco mais complexo", disse José Vieira.

O trabalho desenvolvido pelos investigadores Daniel Malafaia, José Vieira, Ana Tomé, Pedro Pinho e pela aluna de mestrado Carolina Gouveia, funciona através do envio de uma onda rádio que é reflectida pelo tórax do paciente. Este eco recebido pelo radar permite monitorizar os sinais vitais.

A principal característica deste tipo de equipamento é o de assegurar uma avaliação não invasiva, que permite uma medição de longa duração, sem afectar o conforto do paciente.

José Vieira destaca que o Bio-Radar pode ser uma mais-valia em ambiente hospitalar, nomeadamente numa unidade de queimados, porque "permite fazer a monitorização em tempo real sem colocar qualquer equipamento em contacto directo com o paciente".

Os investigadores admitem outras utilizações para o equipamento como o uso dentro de carros "para medir o nível de stress ou descontracção de um condutor ou até detectar se o mesmo está perto de adormecer ao volante".

Juntamente com o NeuroLab da UA, os investigadores estão a avaliar também a possibilidade de o sistema ser utilizado para análise psicofisiológica e de avaliação da credibilidade de depoimentos.

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