Institutos Gulbenkian de Ciência e Francisco Gentil distinguidos com Prémios Pfizer

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O galardão é atribuído pela Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa DR

Quatro trabalhos de investigação do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) e do Instituto de Oncologia Francisco Gentil foram distinguidos com o Prémio Pfizer 2004 pelo contributo para o progresso das ciências biomédicas em Portugal, foi hoje anunciado.

O galardão é atribuído pela Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa. O Prémio Pfizer de Investigação, no valor de 15 mil euros, foi atribuído ex-aequo aos trabalhos de duas equipas, uma do IGC e outra do Instituto Francisco Gentil (IPOFG), segundo uma nota de imprensa.

A equipa do IGC - Íris Caramalho, Thiago Lopes-Carvalho, Santiago Zelenay, Manuel Rebelo, Vanessa Oliveira, Gustavo Rosa, Matthias Haury e Jorge Carneiro, sob coordenação de Jocelyne Demengeot - foi premiada pelo seu contributo na explicação dos mecanismos celulares que regulam o processo através do qual o sistema imunitário reconhece o próprio organismo, em situações naturais e patológicas.

Os seus estudos sobre os linfócitos T reguladores ajudam a elucidar a dinâmica das respostas imunológicas, as bases celulares das infecções crónicas e o aparente efeito benéfico de infecções na prevenção de doenças auto-imunes, indica.

As descobertas desta equipa poderão contribuir para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas mais inteligentes para combater as doenças auto-imunes, como artrite reumatóide, lúpus ou psoríase, acrescenta o comunicado.

A outra equipa premiada, associada como grupo externo ao IGC, integra Sérgio Dias, director científico do Centro de Investigação de Patobiologia Molecular (CIPM) no IPOFG de Lisboa, e Susana Santos, investigadora de pós-doutoramento neste centro.

A Pfizer distinguiu o trabalho sobre o mecanismo de actuação da proteína VEGF (Vascular Endothelial Growth Factor, em inglês) na formação e/ou recuperação de vasos sanguíneos nos processos de cicatrização de feridas e desenvolvimento de tumores.

Em situações de cancro, estes novos vasos, formados em larga medida devido ao efeito de VEGF, são fundamentais à sobrevivência de tumores recorrentes, indica o comunicado.

O Prémio Pfizer para Jovens Investigadores, também no valor de 15.000 euros, foi atribuído a László Tokaji, estudante de doutoramento do Programa Gulbenkian de Doutoramento em Biomedicina.

O trabalho de Tokaji, no IGC, está relacionado com o desenvolvimento de um sistema pioneiro de combate às reacções inflamatórias agudas, como o choque séptico, por exemplo.

O sistema baseia-se num "veículo" molecular, derivado de uma proteína viral capaz de penetrar nas células, que permite o transporte, para dentro das células afectadas, da proteína Hemo oxigenase-1 (HO-1) onde poderá desempenhar o seu efeito protector, anti-inflamatório.

Os resultados obtidos em modelos animais sugerem que este "veículo" poderá ser utilizado também para bloquear os efeitos de choque séptico, em humanos.

Foi ainda atribuída uma Menção Honrosa a Margarida Cunha, também estudante de doutoramento no IGC, por investigação sobre o efeito da ginesteína, uma proteína da soja, na malária.

Quando administrada a ratinhos infectados com malária, a ginesteína reduz significativamente os níveis de infecção.

O trabalho premiado mostra que a ginesteína inibe a multiplicação do parasita dentro das células do fígado, nos primeiros dias da infecção, o que abre novas perspectivas para o combate à doença, que mata cerca de um milhão de pessoas por ano em todo o mundo.

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