Especialistas em origami: a NASA precisa de vocês

Agência espacial norte-americana procura soluções inovadoras para a criação de um escudo que proteja naves e astronautas das radiações solares. E a resposta pode estar na arte de dobrar papel

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NFACTOS / FERNANDO VELUDO

A associação entre a arte de dobrar papel e a NASA não é completamente surpreendente — pelo menos para quem acompanha as novidades da agência espacial norte-americana. Mas já lá vamos. Primeiro a notícia: a NASA lançou um pedido de ajuda aos especialistas em origami para solucionar um problema que “internamente não conseguiu resolver”: a criação de um novo escudo anti-radiação para proteger aeronaves e astronautas de radiações solares durante missões espaciais.

O que a NASA procura é algo que possa ser “suficientemente dobrado e compactado” de forma a que, quando os astronautas aterrarem num planeta, possam expandi-lo e providenciar a máxima eficiência e protecção da radiação, explicou ao The Guardian Matt Barrie, fundador e proprietário do Freelancer, o site onde qualquer pessoa pode, a partir de dia 26 de Julho, submeter projectos. Com uma solução desse género, acreditam, seria possível poupar espaço nas viagens e, consequentemente, conseguir transportar mais astronautas e equipamentos.

A preocupação da NASA é também uma questão de saúde: é que os “raios cósmicos e radiações solares podem causar cancro e, além disso, ser prejudiciais para os sistemas electrónicos das aeronaves”.

Estes desafios lançados online têm sido utilizados pela agência espacial norte-americana para a criação de soluções fora da caixa. Deles já surgiram, por exemplo, uma aplicação para smartwatches de astronautas ou um braço para o robot Astrobee. “A premissa é que usando as mentes de milhões de pessoas vamos conseguir encontrar soluções inesperadas”, disse Matt Barrie ao jornal britânico.

Quando o assunto é origami e NASA, o nome de Robert Lang é incontornável. Este engenheiro tornou-se conhecido por ter deixado o seu emprego na agência para se dedicar à arte japonesa. "Quando percebemos de que forma é que o papel dobra, podemos aplicar o mesmo padrão a materiais muito diferentes", explica Robert num episódio do projecto Really Great Big Stories. Dobrar papel, diz, “é como dançar com um parceiro cujos movimentos já conhecemos”.

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