Como seria o rosto se fosse mais simétrico?

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Este é um exemplo de umas das experiências do fotógrafo. DR

O fotógrafo australiano Julian Wolkenstein resolveu dar a resposta a esta pergunta através da criação de um projecto que consiste na recriação do rosto humano como se este fosse simétrico.

O fotógrafo Julian Wolkenstein fala, no seu site, www.echoism.org: acerca da existência de “um mito, que alguns dizem ser uma ciência, que sugere que quem tem um rosto mais simétrico é considerado mais atractivo”. À luz desse mito, Wolkenstein realizou a experiência de fotografar o lado direito do rosto e reproduzi-lo no lado oposto, repetindo o teste com o lado esquerdo. As duas imagens finais parecem, muitas vezes, não pertencer à mesma pessoa. A este projecto, o fotógrafo deu o nome de Echoism.

No mesmo site, pode ler-se: “Echoism joga com a noção da vossa própria identidade. (…) Quais são os vossos elementos que vos identificam? Têm um lado melhor do que o outro [no rosto]?”

O fotógrafo disse ao PÚBLICO que "o nosso rosto é a nossa identidade, vemo-lo todos os dias, sabemos os detalhes em que nos focamos, mas conhecemos apenas a nossa percepção do nosso próprio rosto. Este projecto tem o objectivo da abstracção dessa percepção: podemos ver-nos simetricamente. O resultado é a nossa imagem mas, na verdade, naquela imagem, não somos nós de todo".

A realização desta série de fotografias foi concluída em 2010. No site oficial, www.julianwolkenstein.com, pode ler-se que “as pessoas fotografadas foram especificamente escolhidas pelos seus traços faciais peculiares. (…) Foi-lhes pedido que não expressassem qualquer emoção.” O fotógrafo acrescenta ainda: “Este projecto é uma parte de um estudo maior acerca dos traços, proporções e simetria faciais. O termo Echoism está relacionado com a simetria facial no seu sentido fisionómico.”

"Este é um projecto público de arte, em que a experiência pode chegar a todos", disse Julian Wolkenstein. Para que todos pudessem ter esta experiência, o fotógrafo lançou duas aplicações, uma para o iPhone, outra para o computador. Ambas são gratuitas, exigindo apenas a última uma webcam. Possuindo a aplicação, o passo seguinte é um upload da fotografia para o site www.echoism.org. É possível partilhar o resultado via Facebook, Twitter ou email.

Pode ainda ler-se no site oficial do fotógrafo, que o “www.echoism.org continua a crescer, com mais de 40 mil uploads”. O fotógrafo comenta que alguns dos resultados não são bonitos. “Ainda assim, este pode ser o maior repositório de fotografias simétricas do mundo”, diz.

Notícia actualizada às 11h50 de 09/10/2012

Acrescentadas declarações do fotógrafo ao PÚBLICO.


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