Fundação Champalimaud cria protótipo para medicina domiciliária

Objectivo do aparelho é permitir que doentes vão para casa mais cedo.

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Fundação Champalimaud Rui Gaudêncio

Uma medicina mais humana e mais segura é um dos objectivos da Fundação Champalimaud, em Lisboa, que desenvolveu um equipamento móvel para ir para casa com o doente, após a hospitalização, mantendo-o ligado ao hospital. O protótipo foi nesta quinta-feira apresentado publicamente, no mesmo dia em que o conselho de curadores da fundação se reuniu.

“O equipamento vai permitir a ligação entre o paciente e o hospital no período pós cirúrgico”, diz José Cruz, responsável pela equipa da fundação que desenvolveu o utensílio juntamente com a Philips, explicando aos jornalistas que o objectivo é “tentar levar o doente o mais rápido possível para casa”.

O protótipo demorou um ano a ser concebido e o responsável estima que levará mais um ano a entrar no mercado. Como ainda não foi pedida a patente (para a Europa, Estados Unidos e Ásia), houve informação sobre as suas capacidades que não foi revelada. O aparelho, com rodas, tem um ecrã para a comunicação visual entre o doente e o hospital, e um monitor de sinais vitais, que dá informação sobre o seu estado.

Deste modo, o doente poderá ser seguido em casa, evitando as infecções hospitalares e desocupando uma cama do hospital. Não foi divulgado o custo do aparelho, mas o objectivo é produzi-lo em massa, não só para o futuro hospital do cancro da Fundação Champalimaud – onde os doentes ficarão após as cirurgias –, mas também para o vender a outros hospitais.

Foi ainda possível visitar as instalações, em estado adiantado de construção, do futuro hospital, situadas no segundo andar do Centro Para o Desconhecido, onde já funciona o hospital de dia para doentes com cancro. Espera-se que o estabelecimento seja inaugurado este ano.

O quarto 209, apresentado aos jornalistas, é um dos 26 quartos individuais do futuro hospital do cancro. Tem vista para o Tejo, acessórios pensados para dar mais conforto ao doente e a possibilidade de um acompanhante passar lá a noite. A estadia do doente terá um preço médio diário de 180 euros. Em comparação, um quarto individual num hospital da CUF pode ter um preço base de 266 euros. Como lembrou Leonor Beleza, presidente da fundação, a instituição “não tem fins lucrativos”.

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