Área mínima de gelo do Árctico de 2017 foi a oitava mais pequena

Temperaturas amenas registadas no mês de Agosto atenuaram derretimento de gelo.

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Reuters/HANDOUT

A temporada de derretimento de gelo do Árctico terminou a 13 de Setembro, de acordo com os resultados divulgados pelo Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo dos Estados Unidos (NSIDC). Este ano, a área de gelo que restou foi apenas de 4,64 milhões de quilómetros quadrados (cerca de metade da área do Brasil), a oitava área de gelo mais pequena registada desde 1979, quando se iniciaram as medições feitas por satélite.

Todos os anos, o gelo do Árctico aumenta ao longo do Outono e do Inverno e diminui a partir de Março até Setembro com a exposição solar e as temperaturas de Verão. Mas nas últimas décadas, a área mínima de gelo do Árctico tem vindo a diminuir, uma consequência do aquecimento global e das alterações climáticas.

Segundo os dados do NSIDC, o valor deste ano está 1,58 milhões de quilómetros quadrados abaixo da média registada entre 1981 e 2010.

Ted Scambos, investigador do NSIDC, explicou que o derretimento do gelo do Árctico estava a seguir o caminho registado em anos anteriores, com os investigadores a esperarem que o derretimento atingisse níveis históricos comparáveis aos de 2012, quando a área de gelo foi apenas de 3,39 milhões de quilómetros. Contudo, as temperaturas mais amenas registadas no mês de Agosto contrariaram essa expectativa. “Os padrões meteorológicos de Agosto salvaram o dia”, explicou o investigador ao jornal britânico The Guardian.

O rápido derretimento da área de gelo no Árctico tem grandes impactos ambientais no planeta e já foi relacionado com cheias, ondas de calor e invernos rigorosos registados no continente europeu, asiático e no norte da América. “É inevitável que [o degelo] tenha impacto no clima”, disse Scambos.

Já o responsável de programas ambientais para as zonas polares do Fundo Mundial da Natureza (WWF), Rob Downie disse ao Guardian que “a perda de área gelada no Árctico é o sinal mais claro e visível das alterações climáticas”, pelas quais “os humanos estão a ser responsáveis”.

O responsável da WWF alertou para o rápido aumento das temperaturas do globo, pedindo que fossem tomadas mais medidas para inverter a situação, como a redução das emissões de carbono.

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