Editar
  • História muito mal contada mesmo. O casal vivia uma vida tranquila, mas enfrentava dificuldades para sustentar a educação privada dos filhos. Isso quer dizer que os filhos não teriam futuro no Brasil? O marido trabalhava num ministério (não se esclarece se era servidor público e se, nessa condição, tinha estabilidade; teria largado um emprego assim, para começar tudo do zero, aos 48 anos?). O casal busca informações numa empresa especializada mas não se preocupa em legalizar-se antes e então se depara com o inevitável para quem está em situação irregular no estrangeiro. Eu sempre entendi que reportagens exigem senso crítico. Do contrário, aceita-se qualquer coisa que se diga. E tudo vira uma tocante história de "resistência". Francamente.

  • Incrível que tenham publicado essa matéria no mesmo dia em que, de manhã cedo, dois dos mais próximos colaboradores de Temer tenham sido presos (e não haja qualquer referência a isso no texto). Acusados (como se sabe há séculos) de negociatas no porto de Santos, que envolvem diretamente o ocupante do cargo de presidente, já envolvido em tantas outras denúncias. Realmente inacreditável.

  • Perdão, não é verdade. Repito aqui o que escrevi em outro comentário: inúmeros juristas, inclusive o ministro Marco Aurélio, afirmaram que o juiz extrapolou.

  • Leonardo, não creio que meu texto conduza a essa conclusão (de que se deve jogar tudo para debaixo do tapete). O que eu tento demonstrar é a impossibilidade de se aceitar ilegalidades na condução de investigações. O próprio ministro Marco Aurélio afirmou: "houve essa divulgação por terceiros de sigilo telefônico. Isso é crime, está na lei. Ele simplesmente deixou de lado a lei. Isso está escancarado e foi objeto, inclusive, de reportagem no exterior. Não se avança culturalmente, atropelando a ordem jurídica, principalmente a constitucional. O avanço pressupõe a observância irrestrita do que está escrito na lei de regência da matéria. Dizer que interessa ao público em geral conhecer o teor de gravações sigilosas não se sustenta. O público também está submetido à legislação”.

  • Caro Rogério, não sei se você considera petista o ministro Marco Aurélio. Se for, ele disfarça bem. Pois ele declarou, a propósito do procedimento do juiz: "houve essa divulgação por terceiros de sigilo telefônico. Isso é crime, está na lei. Ele simplesmente deixou de lado a lei. Isso está escancarado e foi objeto, inclusive, de reportagem no exterior. Não se avança culturalmente, atropelando a ordem jurídica, principalmente a constitucional".

  • Nenhuma investigação pode ultrapassar os limites legais. Foi o que ocorreu nesse caso.

  • William, a gravação não poderia ter sido divulgada. A imensa maioria dos juristas afirma isso. Entre eles, o ministro Marco Aurélio, do STF: "houve essa divulgação por terceiros de sigilo telefônico. Isso é crime, está na lei. Ele simplesmente deixou de lado a lei. Isso está escancarado e foi objeto, inclusive, de reportagem no exterior. Não se avança culturalmente, atropelando a ordem jurídica, principalmente a constitucional". Aliás, o próprio juiz afirmou o erro, ao relatar seu procedimento: "não havia reparado antes no ponto, mas não vejo relevância”. Isto é: considerou irrelevante uma ilegalidade.

  • É claro que não, e não me parece que se possa tirar essas conclusões do que escrevi. O que chama atenção é que líderes do PSDB (José Serra, Aécio Neves), embora citados em delações premiadas, não tenham sido incomodados até agora. Porém, minha preocupação maior, e que está mais clara em meu artigo anterior, é sobre as ilegalidades cometidas durante a Lava Jato, em particular o que ocorreu nas últimas duas semanas. Isso deixa todos os cidadãos à mercê do arbítrio de juízes que ultrapassam os limites legais. Por isso a situação é tão grave.

  • Me perdoe, mas não escrevi "brizolistas" por equívoco. Brizola, embora não tivesse o cargo mais importante, era muito mais vigoroso que Jango. Por sinal, o advogado gaúcho Werner Becker, que viveu aqueles momentos (está com 80 anos), em entrevista recente lembrou: "em 64, eles não queriam tanto o Jango, mas sim o Brizola, pelo que ele representava. O general Amaury Kruel, comandante do II Exército, que era muito ligado ao Jango, disse na noite do dia 31 de março: se você se afastar dessa gente, do teu cunhado, eu te apoio. Jango, que não era muito culto, mas, como Lula, era muito arguto, respondeu: e eu vou ficar apoiado em vocês? Não".