Espanha avança, Portugal estagna: a urgência dos vistos de estudante

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O problema dos vistos para estudantes estrangeiros evidencia não apenas a incapacidade de implementar soluções adequadas, mas também uma dificuldade estrutural em analisar e resolver eficientemente desafios nacionais. Apesar das denúncias recorrentes, a inação é alarmante. Em postos consulares como o de Deli (mas não só), aumentam as queixas de atrasos. Candidatos que já completaram todos os trâmites enfrentam longos meses de espera por uma simples marcação, frustrando o recrutamento internacional das instituições e prejudicando a imagem de Portugal como destino académico.

No contexto político, as palavras só têm valor quando se traduzem em ações concretas. O primeiro-ministro reafirma frequentemente o compromisso do Governo em resolver os problemas dos cidadãos, mas cumprir essa promessa exige mais do que discursos. É preciso escutar genuinamente as pessoas e as organizações, compreender as suas dificuldades e implementar medidas eficazes para promover melhorias estruturais no país. No caso dos vistos para estudantes este compromisso tem de se traduzir em ação no imediato.

Espanha oferece um exemplo digno de análise. Reconhecendo a importância estratégica do ensino superior internacional, transformou-se num hub global ao criar condições específicas para a sua internacionalização. O Ministério da Ciência, Inovação e Universidades criou o SEPIE, que é uma agência dedicada à promoção da internacionalização da educação. Esta estrutura, coordenada com os Ministérios das Migrações e dos Negócios Estrangeiros, agiliza os processos de mobilidade e projeta globalmente as universidades espanholas, públicas e privadas.

Num contexto de interdependência económica e crescente concorrência pelo talento, Portugal apresenta condições favoráveis para se afirmar como destino académico. A atração de estudantes internacionais é um investimento estratégico no capital humano, com repercussões diretas na economia, inovação e competitividade. Para maximizar este potencial, é necessária uma estratégia clara e ações políticas coordenadas entre os sectores da educação, economia e diplomacia. Só assim se reforçará a posição de Portugal no panorama académico global.

O autor escreve segundo o novo acordo ortográfico

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