Mais uma sexta-feira. Mais um dia de greve
Talvez um dia este país tenha políticos corajosos para defender que não são só polícias e militares que devem ter limitações no direito à greve, mas todos os funcionários em lugares essenciais.
Se os trabalhadores das minas britânicas adivinhassem que o direito à greve, pelo qual tanto lutaram no século XIX, se iria transformar naquilo a que estamos a assistir em Portugal no sector público, teriam corado de vergonha. Em nome de um sacrossanto direito à greve quase ilimitado, hoje em dia vale tudo. Os 15 sindicatos da CP alternam entre si para paralisar comboios dezenas e dezenas de vezes ao longo de um ano – hoje porque um ministro sugeriu que havia maquinistas a dar na pinga, ontem porque o cônjuge e a prole deixaram de poder viajar à borla na CP –; os trabalhadores do metro multiplicam as clássicas paralisações parciais entre as 5h e as 10h, perdendo cinco horas de salário enquanto os pobres utentes perdem dias de vida; e as escolas já vão no sexto fim-de-semana de três dias em menos de três meses, com a adesão à moda das greves às sextas-feiras – mesmo que isso implique, semana após semana, que os mesmos alunos estejam impedidos de ter aulas às mesmas disciplinas.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.