Israel lança ataque com drone no Líbano contra “violação menor do cessar-fogo”

Ataque com um drone do Exército israelita, que fez dois feridos, deveu-se à chegada de “elementos suspeitos” a uma localidade no Sul do Líbano, junto à fronteira com Israel.

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Militares israelitas preparam-se para retirar um veículo de combate no Sul do Líbano Stoyan Nenov / REUTERS
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O Exército israelita lançou, na manhã desta quinta-feira, um ataque com um drone e com fogo de artilharia contra algumas localidades libanesas ao longo da fronteira entre Israel e o Líbano, pouco mais de 24 horas depois da entrada em vigor de um cessar-fogo entre as forças israelitas e os combatentes do movimento libanês Hezbollah.

Em Markaba, uma localidade que tinha cerca de 3500 habitantes antes do início dos combates directos entre o Hezbollah e Israel, há quase dois meses, um ataque com um drone fez pelo menos três feridos, segundo a Rádio do Exército de Israel.

Num comunicado citado pelo jornal Jerusalem Post, as Forças de Defesa de Israel justificaram o ataque com "a chegada de elementos suspeitos, alguns em veículos, a várias zonas do sul do Líbano", o que as autoridades israelitas consideraram ser "uma violação menor do acordo de cessar-fogo".

Outras duas localidades, Marun el Ras e Aitarun, ambas a cerca de 20 quilómetros a Sul de Markaba, foram atingidas por fogo de artilharia israelita, sem que haja notícia de vítimas. Foram também registados sobrevoos de drones israelitas em Zautar el Charkiye, Garbiye, Yohmor e Arnun.

Como parte do acordo de cessar-fogo, o Exército de Israel vai manter-se durante pelo menos 60 dias nos territórios libaneses que foram ocupados durante a invasão do Sul do Líbano, a 1 de Outubro. Ao mesmo tempo, os militares do Exército libanês já começaram a ocupar posições no Sul do território — anteriormente controlados pelo Hezbollah —, sem se aproximarem da linha da frente das tropas israelitas.

O cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah entrou em vigor na quarta-feira, ao abrigo de um acordo mediado pelos Estados Unidos e por França, com o objectivo de permitir que os habitantes de ambos os países comecem a regressar às suas casas nas zonas fronteiriças, destruídas por 14 meses de combates.

Os ataques diários entre os dois lados começaram logo após o início da invasão de Gaza pelo Exército israelita — lançada em resposta ao massacre de centenas de civis israelitas pelo movimento palestiniano Hamas, a 7 de Outubro de 2023 —, e evoluíram para uma guerra total nos últimos dois meses.

Corrida para casa

A gestão dos regressos dos habitantes às suas residências tem sido difícil. Nesta quinta-feira, o Exército israelita avisou os residentes das localidades libanesas ao longo da fronteira para que não regressem nos próximos dias, para sua própria segurança. No entanto, milhares de pessoas iniciaram a sua viagem de regresso a casa após a entrada em vigor do cessar-fogo, na madrugada de quarta-feira.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse que deu instruções aos militares para não permitirem que os libaneses regressem às aldeias perto da fronteira, mas o presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri — o principal interlocutor do Líbano nas negociações do acordo —, tinha dito, na quarta-feira, que os habitantes iriam poder regressar a casa desde já.

Alguns dos termos do acordo têm sido alvo de contestação nos sectores mais radicais em Israel, que exigem uma presença mais prolongada no tempo das IDF no Líbano.

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