O pânico woke
A linguagem inclusiva não desafia apenas a língua; desafia normas, relações de poder e uma visão de mundo.
Costumo apresentar a disciplina de Filosofia com o aviso de que uma parte essencial do nosso trabalho será questionar ideias que parecem evidentes, “naturais” ou que são assim “porque sempre foi assim”. Tranquilizo a minha audiência ao dizer que não perderão as suas identidades e que no fim do processo se calhar até continuarão a pensar da mesma forma, mas, pelo menos, terão refletido de forma mais emancipada. Embora seja a professora, sei que, neste exercício, serei sempre uma aluna. Quem consegue questionar todas as suas certezas, crenças, opiniões e valores? Como desconstruir todos os nossos pilares? Especialmente as ideias que nos valorizam.
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