Cartas ao director

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Despejo?

Não consigo perceber como o despejo seja a forma de punir um criminoso. São critérios do Chega, que não percebe nada de constitucionalidade ou faz de conta quando aparece com mais uma medida populista. Pelos critérios de uma sociedade civilizada e democrática, um indivíduo que foi identificado como criminoso por destruir em plena via pública bens estatais (de todos nós) ou privados tem de ser julgado e preso depois de comprovado o seu comportamento. Esta é a forma básica de funcionamento da sociedade. Quando um autarca pensa que resolve o problema com o despejo de uma habitação social, apenas demonstra que a pessoa escolhida para o cargo foi um erro. Uma vez que para o ano haverá eleições autárquicas, seria bom que os partidos responsáveis tivessem grande cuidado no escrutínio, recorrendo a independentes caso nas suas fileiras não encontrem candidatos credíveis.

António Barbosa, Porto

Eleições nos EUA

Nas eleições nos EUA, ganhando Kamala ou Trump, não é bem a mesma coisa. No que concerne ao extermínio do povo palestiniano, não mudará nada. Aquela "vice" de Biden é co-responsável por continuar a armar até aos dentes o criminoso Netanyahu. Trump afina pelo mesmo diapasão. Este é disruptivo, zangado, irado, vingativo e vingar-se-á de quem promulgou os últimos resultados eleitorais. Esperemos que não o faça, pois é sinal de que foi derrotado. Já disse que não aceitava o desfecho... falando em fraude eleitoral, evidenciando medo de as perder. A sua derrota terá consequências tumultuosas inimagináveis. Trump é um extremista com laivos fascistas!

O Partido Republicano está capturado e domesticado por Trump. Ninguém lhe diz "não". Terá um mandato sem restrições, musculado, autocrático e perigosíssimo. A Agenda do Clima terá um enorme retrocesso. O Estado de direito, os direitos humanos, a moralidade, a ética, a liberdade dos jornalistas, a democracia — é tudo para obliterar, silenciar, censurar. O mundo ficará pior! O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, afirmou que, se votasse, não sabia em quem... Faz sentido!

Vítor Colaço Santos, São João das Lampas

A nuvem por Juno?

Quem conhece os princípios da Carta da ONU, presentes logo nos quatro pontos do seu primeiro artigo, não pode deixar de ficar perplexo com a estreiteza de vistas evidenciada pelas críticas à presença do seu secretário-geral na cimeira dos BRIC, no passado mês de Outubro. Tratou-se de uma manifestação da crescente multipolaridade no planeta que é a nossa casa comum e no qual há que praticar o diálogo e a negociação entre países, se se quer chegar a soluções para os conflitos existentes e evitar um acréscimo de mortes e destruições do património construído e ambiental. Entre o reconhecimento de uma aliança criada em 2009 e que congrega nove países, 27% da economia e 43% da população mundiais e posições que não ocultam uma ideia de superioridade ocidental, focar a visão no aperto de mão de António Guterres a Vladimir Putin equivale a tomar a nuvem por Juno.

Teresa M.L.R. Cadete, Lisboa

Elogio a Eanes

Despertou a minha atenção a carta do leitor José Pombal a Ramalho Eanes, descrevendo os traços de personalidade militar e humana, que testemunhei em Mafra (1961), seu instruendo no CON, e que me marcou até hoje, acompanhando a sua entrega à causa pública. Queria destacar a actuação do então tenente Eanes. Do grupo fazia parte o amigo Mário Pardal, que lhe disse que ali teria tratamento idêntico aos restantes.

Nos exercícios de aplicação militar, fazia questão de demonstrar e realizar primeiro cada um. CON totalmente mobilizados. Nos exercícios de aplicação militar exteriores, o grupo era sempre o último a regressar e na parada marchávamos com Garbo. Nem sempre as refeições tinham qualidade. Se era o tenente Eanes de serviço, sabíamos que a nossa reclamação era atendida e substituída, ao contrário de outros, como testemunhei. Felicitações sinceras pelos 90 anos.

Arnaldo Teixeira, Aveiro

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