Série Cinco Séculos de Portugueses Ciganos distinguida nos Prémios de Inovação nos Media

O trabalho multimédia foi premiado na categoria Narrativas Jornalísticas Inovadoras. Ana Cristina Pereira, uma das autoras, venceu também o Prémio Literário Orlando Gonçalves.

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A navegação do trabalho tem como base mapas e elementos visuais que contam a história da comunidade cigana ao longo dos últimos cinco séculos Jo
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Guiomar Sousa é uma das pessoas entrevistadas nesta série Paulo Pimenta
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A série Cinco Séculos de Portugueses Ciganos ganhou o Prémio Inovação nos Media 2024 na categoria Narrativas Jornalísticas Inovadoras, atribuído pelo Observatório de Inovação nos Media (Obi.media) e pelo Instituto de Comunicação da Universidade Nova de Lisboa (ICNova).

O prémio, que vai na sua segunda edição, tem seis categorias. Na categoria em causa, o júri – composto por António Granado, Dora Santos-Silva, Miguel Crespo, Ricardo Morais e Vera Penêda – avaliou “a inovação ao nível do uso de formatos e a sua adequação à narrativa e à(s) plataforma(s); a história e a experiência proporcionada ao utilizador”.

Portugueses Ciganos – Uma História com Cinco Séculos, coordenada por Ana Cristina Pereira e Joana Bourgard, é uma série multimédia com uma equipa diversificada e cinco capítulos. O júri distinguiu a jornalista Ana Cristina Pereira e os infográficos Francisco Lopes e José Alves.

Na categoria Produtos e Projectos Jornalísticos venceu o Projecto Narrativas, da Mensagem de Lisboa. Na categoria Envolvimento e/ou Capacitação dos Públicos, XQ.EUJOY, coordenado pela ASPEA – Associação Portuguesa de Educação Ambiental. Bantumen – A Cultura Negra da Lusofonia foi escolhido na categoria Equidade, Inclusão e Acessibilidade. E, por fim, na categoria Uso dos Media Digitais em Contextos Artísticos, Culturais e Criativos surge o site StreamofBooks, coordenado por Paperview.net. O prémio respeitante a Soluções para a Sustentabilidade nos Media não foi atribuído.

Os prémios Inovação nos Media 2024 foram entregues no final do dia, no Restaurante Pano na Boca, no Teatro Aberto, em Lisboa. A cerimónia encerrou a Conferência Internacional de Inovação nos Media, que decorreu esta quarta e esta quinta-feira, no Campus da Avenida de Berna, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Nova de Lisboa.

“Os povos ciganos estão em Portugal há cinco séculos, mas poucos residentes conhecem a sua história e a sua cultura”, salientou Ana Cristina Pereira, na mensagem lida na cerimónia. “Esta série recupera o passado e debruça-se sobre o presente, na convicção de que o jornalismo (também) deve desocultar mundos e contribuir para uma maior compreensão entre todas as pessoas.”

Segundo explicou, “a ideia de navegação com mapas esteve presente desde o início”. “Queríamos que o leitor acompanhasse a grande viagem destes povos, desde o Norte da Índia até Portugal, bem como o movimento forçado a que depois foram sujeitos por sucessivas políticas repressivas (expulsões e deportações).”

A série do PÚBLICO tinha conquistado antes cinco prémios de excelência no European Newspaper Award (quatro de Multimedia storytelling e um de Infographics online/animated infographics) e um prémio de excelência no Society for News Design. Também foi finalista do True Story Award, um prémio mundial de jornalismo que tem em conta apenas o texto, e ganhou uma menção honrosa no Prémio AMI – Jornalismo contra a indiferença.

Prémio Orlando Gonçalves para Ana Cristina Pereira

Ana Cristina Pereira viu outro trabalho seu ser premiado esta semana. A jornalista do PÚBLICO recebe no sábado o Prémio Literário Orlando Gonçalves, na modalidade de jornalismo, atribuído pela Câmara Municipal da Amadora, pela reportagem Ao fim de 40 anos, Vicente não queria sair da prisão, publicada a 1 de Outubro de 2023.

O júri do prémio - constituído por Sofia Palma Rodrigues, pela Câmara da Amadora, Luís Filipe Simões, pelo Sindicato dos Jornalistas, e Tiago Torres da Silva, pela Sociedade Portuguesa de Autores - informou que “a seriedade do trabalho apresentado, o facto de este resultar de uma investigação que se estendeu por um longo de período de tempo, a urgência e especificidade do assunto tratado, a relevância do tema e a qualidade da narrativa foram pontos fundamentais para a tomada de decisão.”

O trabalho abordou o caso de um inimputável libertado na sequência da aprovação da nova lei de saúde mental, que acabou com a possibilidade de internamento perpétuo em prisões ou unidades forenses. Vicente estava encarcerado há quase 40 anos quando saiu do Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo, em Matosinhos, em Agosto de 2023.

Esta reportagem recebeu o Prémio AMI - Jornalismo contra a indiferença. Foi também distinguida com o prémio Jornalismo em Saúde, na categoria Saúde Mental, atribuído pelo Clube de Jornalistas e pela Apifarma.

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