Granito do Porto reconhecido como Pedra Património da Humanidade

O granito do Porto e o calcário de Ançã, distinguidos este ano, juntam-se aos mármores de Estremoz, ao calcário Lioz e à brecha da Arrábida como Pedra Património da Humanidade.

Foto
A Torre dos Clérigos é feita de granito do Porto Manuel Roberto
Ouça este artigo
00:00
02:20

O granito do Porto, rocha da qual são feitos vários monumentos icónicos da cidade Invicta como a Torre dos Clérigos, a Câmara do Porto, a Catedral da Sé ou o Hospital de Santo António, foi reconhecido pela UNESCO como Pedra Património da Humanidade.

A exploração do granito do Porto foi marcada por uma intensa actividade desde o início do desenvolvimento da cidade, demonstrada pelas primitivas estruturas defensivas de duas épocas distintas – a mais antiga provavelmente de idade romana e a última construída no século XIV , na catedral que marca as primeiras construções medievais, nos florescentes edifícios barrocos ilustrados pela magnífica Torre dos Clérigos erguida no século XVIII e em inúmeros monumentos, igrejas e edifícios urbanos públicos e privados que marcam o carácter desta cidade granítica até à primeira metade do século XX mas que convivem harmoniosamente com a arquitectura moderna”, destaca, em comunicado, a Comissão Internacional do Património Geológico. O impacto do granito do Porto pode também ser apreciado no património edificado da periferia da cidade e em destinos internacionais que incluem o Brasil, França, Alemanha, Reino Unido, Canadá, Estados Unidos e países asiáticos.

O anúncio oficial foi feito recentemente no Congresso Geológico Internacional, na Coreia do Sul, organizado pela União Internacional das Ciências, tendo a UNESCO atribuído ao granito do Porto um diploma a certificar a nomeação, segundo avança o diário Jornal de Notícias. A distinção resulta de uma candidatura, iniciada em 2013, pela geóloga e professora da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto Maria Ângela Almeida.

Depois de várias tentativas e à falta de pedreiras activas na cidade, a investigadora juntou à candidatura várias fotografias que comprovavam a existência “de afloramentos” na Avenida D. Afonso Henriques e na Rua do Monte Pedral, tendo anexado também um artigo publicado em 2015 sobre a importância história do granito do Porto, contou ao Jornal de Notícias. E foi assim que o granito do Porto passou a integrar a lista das 55 primeiras pedras mundiais consideradas património pela UNESCO.

O granito do Porto e o calcário de Ançã, distinguidos este ano, juntam-se aos mármores de Estremoz, ao calcário Lioz e à brecha da Arrábida que, em Portugal, já integravam a Pedra Património Mundial.

Em Fevereiro do ano passado, o Centro de Geociências da Universidade de Coimbra anunciou que estava a desenvolver uma candidatura do calcário de Ançã, em Cantanhede, à designação de Pedra Património Mundial.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários