Pesquisas sobre Brasil e Europa dão prêmios de seis mil euros

Pesquisadores de mestrados e doutorados, como teses sobre temas ligados à integração entre Brasil e Europa, podem disputar a honraria concedida pelo Fibe. A adesão vai até 30 de setembro.

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Bernardo Motta, diretor científico do FIBE Jair Rattner
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Pesquisadores universitários brasileiros nas áreas de direito e ciências sociais, que incluem economia, ciência política e administração pública, podem concorrer a prêmios totais de até 6 mil euros (R$ 36 mil) concedidos pelo Fórum de Integração Brasil Europa (Fibe). As inscrições estão abertas e vão até 30 de setembro. Os trabalhos devem versar sobre as relações entre o Brasil e a Europa. Estrangeiros também estão aptos a participarem do concurso.

De acordo com o economista Bernardo Motta, gerente científico do Fórum, “o Prêmio Fibe é uma iniciativa da instituição que visa reconhecer e dar visibilidade a pesquisas e investigações acadêmicas, sejam elas dissertações de mestrado ou teses de doutorado.

Conforme explicou, as pesquisas tratam de assuntos tanto do Brasil quanto de Portugal, mas, também, do restante da Europa, “especialmente, quanto o assunto for a integração entre esses dois lados do Atlântico”.

Entre os trabalhos de doutorado, os primeiros classificados receberão 1 mil euros (R$ 6 mil). Já os segundos colocados levarão 600 euros (R$ 3,6 mil), e os terceiros, 400 euros (R$ 2,4 mil). Para os trabalhos de mestrado, os vencedores ganharão 500 euros (R$ 3 mil), os segundos colocados, 300 (R$ 1,8 mil), e os terceiros, 200 euros (R$ 1,2 mil).

Além dos prêmios, os vencedores poderão ter seus trabalhos publicados em uma parceria entre o Fibe e a editora Almedina. O anúncio dos ganhadores vai ocorrer até 15 de novembro.

Esta é a segunda edição dos Prêmio Fibe, que, além de ter aumentado o valor pago aos vencedores, o dividiu em duas categorias. “Em 2023, ficamos surpreendidos. Tivemos mais de uma centena de candidaturas e, como a grande maioria era na área de direito, resolvemos atribuir, neste ano, uma parte das premiações apenas para esta área, assim como prêmios para segmentos das ciências sociais”, conta Motta.

Ele disse ainda que os trabalhos que concorrem aos prêmios não precisam ser, obrigatoriamente, em português. Também são aceitas candidaturas em inglês e espanhol. Para concorrer, os trabalhos devem ter sido concluídos nos últimos dois anos.

Surgimento do Fòrum

Motta, de 28 anos, veio para Portugal em 2019 para fazer mestrado em economia da inovação e, atualmente, está no doutorado em administração pública. “Fui um dos sócios fundadores do Fibe, em outubro de 2021. Na instituição. houve a constatação de que os brasileiros tinham muito a aprender com Portugal, com suas experiências de políticas públicas e de modernização administrativa. Do outro lado, o Brasil também tem experiências que podem ensinar aos portugueses”, explica.

Na apresentação do workshop Investimentos e Tributação, em junho, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, um dos fundadores do Fibe, explicou que o "Fórum nasceu para suprir a ausência de debates mais amplos e até a ausência do Estado”.

O professor de direito Vitalino Canas, presidente do Fibe do júri do concurso, situa o surgimento do Fibe: “Surgiu durante o período da pandemia, mas não está relacionado com ela. Havia muitos brasileiros de várias áreas em Portugal, estudantes, aposentados, pessoas com dupla nacionalidade, o que formou uma massa crítica muito importante”.

Foi um período em que o governo brasileiro dava pouca atenção às relações com Portugal. “Havia um afastamento entre os governos. Mas, quase sempre, na história das relações entre Brasil e Portugal, independentemente das relações entre os governos, sempre existiu uma forte relação entre a sociedade civil dos dois países”, afirma Canas.

Motta acredita que as condições para a criação do Fibe surgiram da grande presença de brasileiros nas universidades portuguesas. “Os brasileiros são a maior comunidade estrangeira em Portugal. Atualmente, 25% dos alunos de fora do país nas universidades portuguesas vieram do Brasil”, ressalta.

O mesmo não acontece com os portugueses no outro lado do Atlântico. “Menos de 4% dos alunos estrangeiros no Brasil são portugueses”, relata o economista. Ele atribui isso ao fato de a população portuguesa ser muito menor do que a brasileira e de o Brasil atrair muitos estudantes latino-americanos.​

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