Ministro da Educação não fecha porta a continuar no Governo

João Costa disse ainda ter energia que “pode ser bem aplicada, seja em funções governativas, seja noutras”.

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João Costa no anúncio da candidatura a secretário-geral do PS de Pedro Nuno Santos LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

O ministro da Educação, João Costa, manifestou-se disponível para continuar em cargos governativos depois das eleições, apesar de reconhecer que ainda é cedo e que se tratam apenas de cenários especulativos.

"Vamos esperar pelo 10 de Março [dia das eleições legislativas antecipadas], vamos ver os resultados. Já tenho oito anos da minha vida entregues à causa pública, mas estou sempre disponível para servir o país, seja em funções governativas seja na minha vida académica", disse o ministro nesta segunda-feira, quando questionado por jornalistas sobre a sua disponibilidade.

Sobre o que responderia se fosse desafiado a continuar no cargo, João Costa disse tratar-se ainda "de especulação", sublinhando que preferia que o país não estivesse a atravessar a actual crise política, até porque havia um programa para cumprir até 2026.

Apesar de lamentar a actual situação política, o ministro considerou "muito digna" a atitude de António Costa de se demitir.

João Costa falava aos jornalistas depois de ter estado presente na primeira sessão das negociações com os sindicatos sobre a carreira dos professores das escolas portuguesas no estrangeiro. As negociações estão a ser dirigidas pelo secretário de Estado da Educação e há sessões agendas durante todo o dia com os vários sindicatos

“Esta será uma das últimas rondas negociais que temos, senão mesmo a última e, por isso, fiz questão de passar um bocadinho por todas as reuniões para agradecer os sindicatos os passos que conseguimos dar, umas vezes com acordo, outras vezes sem acordo”, disse o ministro à RTP, considerando que “foram dados muitos passos” no último ano.

João Costa, que apoia a candidatura de Pedro Nuno Santos a secretário-geral do PS, disse estar "disponível para colaborar com ele em tudo o que for necessário", garantindo ainda ter energia que "pode ser bem aplicada, seja em funções governativas seja noutras funções, seja na minha vida como professor".

Sobre a eventual introdução nos programas eleitorais da recuperação do tempo de serviço dos professores, principal reivindicação dos docentes, o ministro disse ser preciso esperar, apesar de ver em Pedro Nuno Santos um "candidato fortemente preocupado e comprometido com a qualidade dos serviços públicos e com as questões relacionadas com os salários".

No espaço de comentário que teve na SIC Notícias, Pedro Nuno Santos chegou a defender a recuperação integral do tempo de serviço dos professores, mas escusou-se a repetir esta posição logo que se tornou candidato a secretário-geral do PS,

"Vamos aguardar pela apresentação das moções estratégicas para ver o que os dois candidatos vão propor sobre as carreiras, no geral, e dos professores, em particular. Sou um optimista e quero crer que seja quem for o vencedor se vai continuar um trabalho de valorização da função pública", afirmou o ministro da Educação

Já sobre uma eventual vitória do candidato José Luís Carneiro nas eleições internas do PS, João Costa não se mostrou preocupado, defendendo que "o PS tem dois excelentes candidatos".

João Costa foi eleito, na semana passada, para o cargo de presidente do Comité de Políticas Educativas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), com um mandato que irá de 1 de Janeiro de 2024 até 31 de Dezembro de 2026.

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