Marcelo pede aos economistas “mais rígidos” que olhem para os sem-abrigo

Os mais desfavorecidos “não podem ser varridos do mapa”, diz o chefe de Estado, que promete “fazer tudo” para baixar drasticamente o número de pessoas em situação de sem-abrigo até 2026.

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Presidente da República no início do encontro nacional “Prevenir é Intervir” - Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas em Situação de Sem-Abrigo, em Faro LUSA/Luís Forra
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A tendência para a descida da inflação, no entender do Presidente da República, deverá servir como um sinal para “reduzir drasticamente” o número de pessoas em situação de sem-abrigo, que atinge 10.773 pessoas em Portugal, com Marcelo Rebelo de Sousa a apontar agora como meta resolver o essencial do problema até 2026.

“Eu espero que os economistas, os mais rígidos dos economistas [tenham a noção] – já não é um coração mais mole, é um raciocínio mais aberto para a compreensão – de que a inflação vai no bom caminho.” O recado foi deixado esta sexta-feira na Universidade do Algarve, onde decorreu o III Encontro Nacional da Estratégia para Intervir junto das pessoas na condição de sem-abrigo.

Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou a oportunidade para afirmar que encara a causa como “um desígnio nacional” que deve ter uma resposta transversal na sociedade, não apenas por parte dos governantes. O número dos que não têm um tecto para se abrigarem da chuva e do frio, defendeu, deve ser “reduzido drasticamente”, ou mesmo “erradicado para quem quiser sair da rua”.

O objectivo que o Presidente tinha traçado em intervenções anteriores apontava o ano de 2023 como meta para o problema estar resolvido, mas fenómenos como a guerra, migrações, pandemia ou inflação, justificou, fizeram deslizar o prazo. O chefe de Estado define agora como objectivo "reduzir drasticamente" o número de pessoas em situação de sem-abrigo "até 2026".

"Daquilo que depender de nós – eu sei que o Governo está muito empenhado e a senhora ministra está muito empenhada e estas equipas são sensacionais – vamos fazer tudo para, até 2026, reduzir bastante o número", disse, citado pela TSF.

A inflação, disse, tem repercussões na vida de todas as famílias, sobretudo nas mais vulneráveis. A próxima década de fundos comunitários, defendeu, deve ser encarada como uma “corrida contra-relógio” para encontrar uma solução “justa, humana e digna” para as pessoas, actuando nas áreas da habitação, saúde e emprego.

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