Antigamente viajava-se assim: sem Internet (sim, houve um tempo em que ela não existia) e, de preferência, sem demasiados planos. Foi desta forma que Luís Octávio Costa e um amigo percorreram, durante duas semanas e de mochila às costas, quatro países da Ásia Central. Foram, escreve ele, "à boleia de muitas marshrutkas e de outros meios de transporte mais ou menos oficiais através de cidades medievais de cúpulas azuis, estepes e picos nevados, desertos e prados verdes, paisagens épicas a passar como filmes horas a fio pelos vidros entreabertos dos Lada envelhecidos". 

Entre o que ainda resta da União Soviética e os locais já preparados para as selfies, Cazaquistão, Quirguistão, Uzbequistão e Tajiquistão são, apesar de tudo, locais que o turismo de massas ainda não invadiu. Luís Octávio Costa deixa-nos nesta edição da Fugas um diário, escrito e fotográfico, dessa viagem, com as revelações que só são possíveis quando não se têm planos. Atravessar fronteiras nesta zona do mundo pode ser ainda um pequeno pesadelo, mas essa é apenas uma pequena parte de uma história feita sobretudo de encantamento e descoberta. "Ouvimos "Portugália!" bem exclamado como se fossemos os primeiros em muito, muito tempo." Viaje com o Luís entrando aqui no seu Diário de uma deambulação através dos "istões".

Bom fim-de-semana e boas fugas!