Comissão que indicará candidatos a representar Portugal na Bienal de Veneza já está formada

Philippe Vergne, João Pinharanda, Bruno Marchand, Margarida Mendes e Luísa Santos compõem o novo grupo consultivo criado pelo ministro da Cultura. Direcção-Geral das Artes abrirá concurso até Agosto.

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O director do Museu de Serralves, Philippe Vergne, é um dos integrantes da nova comissão consultiva José Sérgio/PÚBLICO
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Os directores do Museu de Arte Contemporânea de Serralves e do Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), respectivamente Philippe Vergne e João Pinharanda, os curadores Bruno Marchand e Margarida Mendes e a crítica Luísa Santos compõem a nova comissão consultiva do concurso para escolha da representação oficial portuguesa na 60.ª Bienal de Veneza, que terá lugar em 2024.

O grupo indicado pelo ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, terá como "principal missão propor os/as curadores/as ou artistas a convidar" para o concurso limitado, e actuará em representação de instituições seleccionadas pela tutela: no caso, a Fundação de Serralves, o MAAT, a Fundação Caixa Geral de Depósitos – Culturgest e a AICA – Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos de Arte. A curadora e investigadora Margarida Mendes integra a comissão por proposta da Direcção-Geral das Artes (DGArtes), entidade à qual competirá instruir o concurso.

Tal como anunciado em Maio pelo titular da pasta, a selecção dos representantes nacionais nas bienais de Artes e de Arquitectura de Veneza passará a contar com duas fases: uma primeira fase de selecção, em que a comissão consultiva identificará "os/as três curadores/as ou artistas a convidar para apresentarem proposta de curadoria, tendo em consideração o tema anunciado pelo curador da 60.ª Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza"; uma segunda fase, "da responsabilidade de uma comissão de apreciação cuja constituição está em curso", seleccionará a representação oficial portuguesa, a partir dos projectos curatoriais submetidos a concurso.

A introdução desta nova comissão e os novos critérios que presidem à composição desta e da comissão de apreciação, indica a DGArtes em comunicado, "pretendem garantir um processo de selecção com maior base de abrangência e representatividade". As mudanças surgem dois anos após a intensa polémica que rodeou a escolha do projecto apresentado por Pedro Neves Marques para representar Portugal na 59.ª Bienal de Artes de Veneza. Bruno Leitão, o curador que propusera Grada Kilomba ao concurso, contestou então os resultados, acusando o júri de disparidade de critérios. Três meses depois, os serviços do Ministério da Cultura reiteravam a decisão inicial.

A DGArtes promete lançar o novo concurso, que terá uma dotação global de 385 mil euros, até Agosto.

A 60.ª Bienal de Artes de Veneza terá lugar de 20 de Abril a 24 de Novembro de 2024, tendo como curador o brasileiro Adriano Pedrosa, que escolheu como tema Foreigners Everywhere/ Estrangeiros em Todos os Lugares. O director do Museu de Arte de São Paulo inspirou-se no título de uma série de trabalhos iniciados em 2004 pelo colectivo parisiense Claire Fontaine, actualmente sediado na cidade de Palermo, em Itália, e que por sua vez alude ao nome de um colectivo anarquista de Turim dos inícios dos anos 2000, Stranieri Ovunque.

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