Iga Swiatek confirma domínio na terra batida

A polaca somou o terceiro título em Roland-Garros e quarto no Grand Slam.

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Iga Swiatek EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON
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Primeiro foi uma lesão em Março que a impediu de jogar em Miami, depois outra em Roma, menos de duas semanas antes do início do Torneio de Roland-Garros, onde defendia o título e, também, o primeiro lugar do ranking. Toda a tensão que Iga Swiatek sentiu ao longo da quinzena e, em especial, na final, soltou-a em lágrimas, sorrisos e abraços com a sua equipa técnica e família, após a conquista do terceiro título no torneio francês do Grand Slam. Dez dias depois de completar 22 anos, a polaca é a terceira na Era Open a ganhar as quatro primeiras finais de majors que disputou – triunfou igualmente no US Open de 2022 –, imitando Monica Seles e Naomi Osaka e a mais jovem a conquistar quatro troféus do Grand Slam desde Serena Wiliams.

“Este foi, certamente um pouco mais duro em termos das lesões, pressão e também por vir como campeã em título. Precisava de lidar com isso, mas foi um esforço de equipa. Há muitas semanas que não vou a casa e terminei a época de terra batida tão bem e como que sobrevivi. Acho que nunca mais vou duvidar da minha força”, afirmou Swiatek, depois de derrotar Karolina Muchova, por 6-2, 5-7 e 6-4, numa final em que se registaram 12 breaks durante as duas horas e 46 minutos de jogo.

Muchova entrou lenta em contraste com Swiatek que começou a impor o forte ritmo e intensidade do fundo do court que a caracteriza e dominou até ao 6-2, 3-0. Após reduzir para 1-3, Muchova ganhou mais alento e, com a ajuda do público, conseguiu, pela primeira vez, fazer o break à adversária, com um winner de direita, marcando um ponto de viragem no encontro. Apesar de ainda se registarem mais três breaks, a checa concretizou o terceiro set-point, na rede, para ficar com o mérito de ter sido a única jogadora na quinzena a ganhar um set à número um mundial.

Com o ascendente na final traduzido numa série de 10 pontos ganhos consecutivamente, Muchova atacou mais e liderou o set decisivo por 2-0, após dois ases. Foi o momento em que Swiatek apelou a toda a sua capacidade de concentração e de luta e começou a reagir, ganhando três jogos seguidos.

“Depois de tantos alto e baixos deixei de pensar no marcador e quis usar mais a minha intuição porque sei que podia jogar um pouco melhor se estivesse mais descontraída”, revelaria Swiatek mais tarde. Embora sem jogar o seu melhor ténis – à imagem da meia-final em que ganhou em dois sets – a polaca ainda cederia outro break a 3-3. Mas “breakou” a adversária, a 4-4 salvou um break-point e, no jogo seguinte, pressionou Muchova que cedeu, com uma dupla-falta.

“Geralmente, ela tem grandes inícios de encontro, mas eu continuei a variar o jogo e a tirar-lhe ritmo e, no segundo set, com o break, ressuscitei um bocadinho. No terceiro set, a diferença não foi muito grande; ambas tivemos oportunidades e eu não as aproveitei tão bem como ela”, resumiu Muchova, que chegou a Paris no 43.º lugar do ranking e vai sair no 16.º posto, garantindo o estatuto de cabeça de série em Wimbledon, onde o seu ténis de ataque pode fazer estragos.

Estreante em finais do Grand Slam, num piso em que não é o que mais se adapta às suas características e após um calvário de lesões que a afectou no final de 2021 e parte de 2022, a checa de 26 anos cedeu às emoções e teve grandes dificuldades em discursar.

Já Swiatek, a primeira defender o título feminino em Roland-Garros desde Justine Hénin (campeã em 2006 e 2007) e a mais jovem a fazê-lo desde Monica Seles, recompôs-se rapidamente para receber a Taça Suzanne Lenglen das mãos de Chris Evert – recordista com sete títulos conquistados em Roland-Garros (entre 1974 e 1986). O cheque de 2,3 milhões de euros seria entregue mais tarde.

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