Ex-futebolistas correm risco acrescido de doenças neurodegenerativas

Antigos futebolistas são mais susceptíveis a diagnósticos de doenças neurológicas e de demência, indica estudo britânico. Futebolistas, e também jogadores de râguebi, pedem mais medidas de segurança.

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A federação inglesa baniu recentemente os cabeceamentos intencionais em jogos abaixo dos sub-12 EPA/Ronald Wittek

Os antigos jogadores de futebol são mais susceptíveis a padecerem de doenças neurodegenerativas e correm um maior risco de demência. Estas são as primeiras conclusões de um estudo desenvolvido pela Universidade de Nottingham, no Reino Unido, com o apoio da Federação Inglesa de Futebol (FA) e pela Associação de Futebolistas Profissionais (PFA).

De acordo com o inquérito, 2,8% dos antigos futebolistas profissionais confirmaram a existência de um diagnóstico médico de demência ou de outras doenças neurodegenerativas, em comparação com apenas 0.9% do grupo de controlo inquirido.

Em causa está uma probabilidade 3.46 vezes superior de doença degenerativa entre antigos jogadores de futebol face ao grupo de controlo, para além de um risco de demência duas vezes superior ao da população em geral.

Em Abril, no Reino Unido, cerca de 380 antigos jogadores de futebol e râguebi apresentaram uma queixa conjunta contra as entidades que os representam, a fim de encontrarem apoio para prevenir e tratar problemas neurológicos presumivelmente adquiridos na sequência da prática desportiva.

No processo, os antigos atletas apontam a ausência de protecções e protocolos relativos a concussões cerebrais, lesões associadas a riscos acrescidos de demência precoce, epilepsia, doença de Parkinson, encefalopatia traumática crónica e doença neuromotora.

A Federação Inglesa de Futebol diz estar a avaliar e a implementar medidas para melhorar a protecção da saúde dos jogadores. Um exemplo recente é a aprovação, no último ano, da proibição de cabeceamentos intencionais em jogos abaixo dos sub-12.

"Este é um estudo novo e importante, que sublinha indícios anteriores de que os futebolistas correm maior risco de demência e de um funcionamento cognitivo menor", disse o especialista da PFA na área da saúde cerebral, Adam White.

Medidas assentes em dados científicos são os próximos passos a dar, afirma White, no sentido de "apoiar e proteger os jogadores em todos os momentos das suas carreiras".

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