Alcaraz cede à tensão na final antecipada com Djokovic

Na sétima final em Roland-Garros, o tenista sérvio terá pela frente o repetente Casper Ruud.

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Novak Djokovic Reuters/KAI PFAFFENBACH
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A expectativa criada pelo embate entre Carlos Alcaraz e Novak Djokovic, nas meias-finais do Torneio de Roland-Garros, só se manteve durante dois sets. Até ao momento em que o corpo do jovem espanhol cedeu perante a exigência e intensidade dos pontos muitos disputados e da ansiedade causada pela importância do momento. Djokovic acabou por vencer confortavelmente e irá para a sétima final em Roland-Garros, procurar o terceiro título em Paris, depois das vitórias em 2016 e 2021, e um inédito 23.º do Grand Slam.

O próprio Alcaraz sentiu que este era uma final antecipada, entrou contraído, mas soube elevar o nível de jogo e dispôs de três break-points para recuperar a desvantagem de 2-4 no set inicial, mas a solidez mental do sérvio anulou as oportunidades. O espanhol de 20 anos mostrou o seu melhor ténis no segundo set, que terminou com três breaks nos derradeiros cinco jogos, só que ao fim de duas horas e meia, as cãibras limitaram as suas possibilidades de aceder à final.

Na parte final do segundo set e já com duas horas e meia decorridas, Alcaraz queixou-se de cãibras na mão. Dois jogos mais tarde, as dores alastraram a todo o corpo, sendo mais fortes na perna direita e, para receber tratamento antes da troca de campo – não permitido, porque cãibras não é considerada uma lesão –, abdicou do jogo de serviço. Foi massajado pelo fisioterapeuta português David Pires e regressou com um break de vantagem para Djokovic, mas já não estava em condições para discutir com a solidez do sérvio, que concluiu o encontro, pelos parciais de 6-3, 5-7, 6-1 e 6-1.

“Desiludi-me a mim mesmo. Vim para este encontro a sentir-me fisicamente óptimo e aconteceu isto. Comecei mesmo muito nervoso. O primeiro, segundo sets foram muito intensos. Bons pontos, trocas de bolas duras, amorties, sprints, é a combinação de muitas coisas, mas o mais importante, foi a tensão sob a qual joguei os dois primeiros sets. Tenho de tirar uma lição deste encontro, tentar que não se repita e, claro, na próxima vez terei mais experiência”, admitiu Alcaraz.

Djokovic mostrou bastante respeito pelo jovem adversário, que poderá destronar do topo do ranking em caso de vitória no domingo. “Disse-lhe na rede que ele tem muito tempo e que ele vai ganhar aqui muitas vezes no futuro. Não tenho dúvidas sobre isso”, afirmou o detentor de 22 títulos do Grand Slam, marca que partilha com Rafael Nadal.

Na 34.ª final em 70 presenças em torneios do Grand Slams, Djokovic vai defrontar Casper Ruud (4.º). “É inspirador e motivador. Estou muito orgulhoso dos meus feitos e vou tentar manter-me no presente e no momento. O trabalho ainda não terminou”, frisou Djokovic.

Ruud, finalista no ano passado, foi superior em todas as áreas a Alexander Zverev (27.º), que voltou a esta fase de Roland-Garros exactamente um ano depois de contrair uma grave lesão no tornozelo direito, na meia-final de 2022 com Nadal. O alemão de 26 anos regressou à competição em Janeiro, mas ainda tem falta de encontros a este nível e acabou por ceder ao norueguês, ao fim de duas horas e 10 minutos: 6-3, 6-4 e 6-0.

Sábado, é dia da final feminina. A número um mundial, Iga Swiatek, procura um quarto título do Grand Slam e terceiro em Roland-Garros (após os de 2020 e 2022) e terá como derradeira adversária a checa Karolina Muchova (43.ª), que se estreia em finais de majors.

O título de pares mistos reverteu para a japonesa Miyu Kato e o alemão Tim Puetz que, na final, derrotaram, por 4-6, 6-4 e 10/6, dois adversários já com títulos conquistados no Grand Slam: Bianca Andreescu, vencedora do US Open de 2019 em singulares, e Michael Venus, campeão em pares masculinos em Roland Garros há seis anos.

Uma espécie de justiça poética após a desqualificação de Kato na prova de pares femininos por inadvertidamente ter acertado com uma bola numa apanha-bolas. A japonesa apelou da decisão consequente de perda de pontos para o ranking e prize-money relativo a essa prova e com a vitória nos pares mistos garantiu metade do cheque de 122 mil euros destinada à dupla vencedora.

Nos torneios de juniores, destaque para a estreia de dois países em finais do Grand Slam neste escalão, através de Juan Carlos Prado Angelo, da Bolívia e, na prova feminina, de Lucciana Perez Alarcon, do Peru.

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