Muchova vai desafiar domínio de Swiatek em Paris

A tenista checa estreia-se numa final do Grand Slam depois de eliminar a número dois mundial.

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Karolina Muchova Reuters/KAI PFAFFENBACH
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Há um ano, Karolina Muchova abandonou o court onde disputava a terceira ronda do Torneio de Roland-Garros em lágrimas; uma entorse impedia-a de continuar a disputar o terceiro set com Amanda Anisimova. Nesta quinta-feira, Muchova voltou a não conseguir esconder as emoções quando derrotou Aryna Sabalenka e qualificou-se para a sua primeira final de um torneio do Grand Slam. As lágrimas de Muchova foram agora de alegria por ver todo o trabalho feito nos últimos meses com a sua equipa técnica se traduzir numa vitória sobre a número dois mundial, após um 2022 cheio de lesões.

“Desde o primeiro dia aqui que protegi ainda melhor os meus tornozelos, mas não quero falar sobre o que se passou aqui no ano passado, foi triste. Mas, no fim, essas coisas tornam-nos mais fortes e, por isso, aprecio-as mais”, afirmou Muchova, chegada a Paris no 43.º lugar do ranking, depois de ter ocupado o 19.º posto, em 2021. Contudo, as qualidades técnicas da checa de 26 anos já eram reconhecidas por todos, faltava apenas um bom resultado.

Sabalenka, recém campeã no Open da Austrália, chegou à meia-final sem ceder um set, mas perdeu o primeiro no tie-break e esteve a três pontos de perder o encontro em duas partidas, antes de ter um assomo de brio e elevar o nível de jogo. A possante bielorrussa, autora de 44 winners, liderou o set decisivo, por 5-2, dispôs de um match-point no jogo seguinte, mas acabaria por ceder à frustração e não mais voltou a jogar a um nível alto. A 5-5 (40-15), cometeu duas duplas faltas – de um total de 53 erros não forçados – e abriu o caminho para a checa fazer o break fatal. E ao fim de três horas e 13 minutos, Muchova celebrava a vitória pelos parciais de 7-6 (7/5), 6-7 (5/7) e 7-5.

“Estive a 2-5 no terceiro set, mas sabia que era só um break a fazer a diferença e esperei pelas minhas oportunidades. E aconteceu. Consegui ‘quebrar’ Aryna e manter o meu serviço e, a partir daí, nunca se sabe o que pode acontecer. Tentei apenas jogar ponto a ponto. Aqui e ali tive de gritar um pouco para soltar alguma emoção. Estava um ambiente um pouco doido. Não me lembro se alguma vez joguei no palco tão grande, com tanta gente a aplaudir, trompetes e tudo aquilo. Sem dúvida que o público me ajudou muito com a sua energia”, afirmou a checa após a sua estreia no court Philippe Chatrier.

Muchova elevou para 5-0 o registo diante de jogadoras do top 3, mas não se vai sentir favorita diante de Iga Swiatek na final de sábado. A líder do ranking e campeã em Roland-Garros em 2020 e 2022 voltou a não ceder qualquer set, diante de Beatriz Haddad Maia (14.ª), por 6-2, 7-6 (9/7).

A esquerdina brasileira causou muitos problemas a Swiatek que teve de apelar a toda a sua competitividade para superar a adversária no encontro de duas horas e nove minutos, onde foi a jogador a cometer mais erros não forçados: 26.

Sexta-feira é dia das meias-finais masculinas, com os embates Carlos Alcaraz (1.º)-Novak Djokovc (3.º) e Casper Ruud (4.º)-Alexander Zverev (27.º).

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