PS/Braga critica redução de lugares de estacionamento na Avenida da Liberdade

Em causa, segundo o PS, está também a eventual falta de lugares para a instalação das barracas do S. João já que as ruas passarão a ter uma ciclovia, uma zona de espaço verde e uma zona de passeio.

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As obras na Avenida da Liberdade arrancaram em Maio jos Joao Silva

Os vereadores da oposição PS na Câmara de Braga criticaram esta quarta-feira as obras na Avenida da Liberdade, naquela cidade, considerando que vão afectar o comércio local e que podem acabar com o formato actual das festas de São João.

Em conferência de imprensa, os socialistas acusaram ainda a maioria (coligação PSD/CDS-PP/PPM/Aliança) que gere os destinos do município de ter avançado com a obra sem previamente a discutir com a população, com a junta e com as demais forças vivas daquela zona da cidade.

"Ao longo de todo o percurso da Avenida da Liberdade, haverá um anulamento definitivo de cerca de 100 lugares de estacionamento. Esta retirada de lugares de estacionamento, naturalmente, afecta muito todos os comerciantes", referiu o vereador do PS Artur Feio, sublinhando que em causa poderão mesmo estar "lojas históricas".

Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara, Ricardo Rio, disse que apenas serão suprimidos 19 lugares de estacionamento.

Para os socialistas, a intervenção em curso na Avenida da Liberdade pode implicar com as festas de São João, retirando-as da zona envolvente da capela dedicada àquele santo existente ao fundo da avenida e levando-as para o centro da cidade. "Esta retirada de identidade cultural preocupa-nos", disse Artur Feio.

Em causa, segundo os vereadores do PS, está a eventual falta de lugares para a instalação das barracas ao longo da avenida, já que as ruas passarão a ter uma zona de ciclovia, uma zona de espaço verde e uma zona de passeio.

Ricardo Rio contrapõe que a posição do PS é "um completo disparate", sublinhando que a festa poderá continuar nos mesmos moldes, tudo dependendo da avaliação que for feita pela comissão organizadora e pela câmara.

O presidente da câmara disse ainda ser "no mínimo curioso" que se venha agora falar na questão de falta de espaço para as barracas, quando ao longo dos últimos anos "o que mais tem" ouvido são queixas acerca do transtorno que aquelas estruturas provocam a moradores e comerciantes. "As festas continuarão a girar à volta da capela de São João e a questão das barracas não é de todo crucial", referiu.

Ainda sobre as obras na avenida, o PS disse que no final do último mandato o município gastou cerca de 400 mil euros para "pintar de vermelho" faixas partilhadas com bicicletas, um investimento que agora vai ser apagado.

Mais um dado contrariado por Ricardo Rio que disse que, no total da cidade, aquela intervenção teve um custo de 180 mil euros, sendo que na avenida foram apenas 12 mil.

Os socialistas questionaram ainda que implicações é que a obra na avenida terá, no futuro, na feira semanal, que se realiza ao fundo daquela artéria, com Rio a responder que a feira decorrerá nos mesmos moldes.

O PS criticou ainda o facto de alguns comerciantes da avenida terem pagado a renovação da licença de esplanada 15 dias antes do início das obras, ficando logo a seguir sem espaço para essa mesma esplanada. O presidente da câmara respondeu que, aquando da renovação, os comerciantes foram avisados que a licença só seria válida até ao início das obras. Por último, o PS aludiu à alegada "falta de compatibilização" da obra na avenida com o projecto do BRT, também conhecido por metrobus, mas Rio lembrou que o BRT não passa na avenida.

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