Recuperado de lesão grave, Alexander Zverev regressa às meias-finais
A primeira semifinalista brasileira no Grand Slam neste século, Beatriz Haddad Maia, vai decidir um lugar na final com Iga Swiatek.
Exactamente um ano depois da grave lesão no tornozelo direito, Alexander Zverev está de volta às meias-finais do torneio de Roland Garros. Na altura, o tenista alemão preparava-se para disputar o tie-break do segundo set com Rafael Nadal, depois de ganhar o primeiro. Após uma operação em Junho, quando ocupava o segundo lugar do ranking, Zverev regressou ao circuito em Janeiro e foi gradualmente subindo a qualidade das suas exibições: oitavo-finalista nos Masters 1000 de Madrid e Roma e semifinalista no ATP 250 de Genebra. E na próxima sexta-feira, vai lutar, pelo terceiro ano consecutivo, por um lugar na final de Roland-Garros.
A lesão de Zverev impediu-o de terminar a época de 2022 no top 10 pelo sexto ano consecutivo e chegou a Paris fora do top 20. Mas em Roland Garros, está no top 4. “Foi o ano mais difícil da minha vida. Adoro ténis do fundo do meu coração e a competitividade, que me foram tiradas há um ano. Estou tão feliz por regressar a este nível”, admitiu Zverev (27.º), depois de ultrapassar o argentino Tomas Martin Etcheverry (49.º), por 6-4, 3-6, 6-3 e 6-4.
O tenista alemão, que esteve perto de conquistar um título do Grand Slam, quando liderou a final do US Open de 2020 por 2-0 em sets, antes de a deixar escapar para Dominic Thiem, voltou ao ponto onde estava antes da paragem e está feliz por ter mais uma oportunidade. “Não consegui jogar durante sete meses e nos três, quatro seguintes, ainda tinha dores e não conseguia mexer-me como queria. Leva tempo até ter novamente confiança na perna para deslizar pelo court. Mas, agora, falo mais do que penso sobre a lesão. Já é passado”, frisou Zverev.
Quando era criança, o alemão foi diagnosticado com diabete, tipo 1, e tem de injectar insulina algumas vezes se o encontro for prolongado. Em Paris, Zverev foi bastante crítico da organização do torneio por não o deixar fazê-lo quando está no court, ao contrário do que acontece nos restantes torneios do circuito ATP, por “parecer estranho”. “Disse-lhes que tinha diabetes desde os três anos e que sei exactamente o que fazer. Apenas me digam o que preciso de fazer, mas tem de me deixar, senão a minha vida fica em perigo”, contou Zverev, que, entretanto, recebeu luz verde para fazer como quiser.
We love seeing you back on court ??
— Roland-Garros (@rolandgarros) June 7, 2023
Bring on the semis, @AlexZverev #RolandGarros pic.twitter.com/hFs7ncwDHE
Na meia-final de sexta-feira, o alemão de 26 anos terá como adversário Casper Ruud (4.º). O norueguês, finalista no ano passado, eliminou o dinamarquês Holger Rune (6.º), por 6-1, 6-1, 3-6 e 6-3.
No torneio feminino, a tenista das “maratonas” chegou às meias-finais. Beatriz Haddad Maia (14.ª) nunca tinha ido além da segunda ronda nas 11 presenças anteriores em torneios do Grand Slam mas ganhou o quarto encontro consecutivo em três sets e é a primeira semifinalista feminina no Grand Slam neste século a vencer as três rondas anteriores após perder o primeiro set.
Na terceira ronda, frente a Ekaterina Alexandrova, a brasileira recuperou de 1-4 no último set e salvou um match-point; nos “oitavos”, com Sara Sorribes Tormo recuperou de 6-7, 0-3, para ganhar o encontro feminino mais longo do ano e 10.º mais longo na Era Open, ao fim de três horas e 51 minutos; e frente a Ons Jabeur (7.ª) salvou dois break-points a 3-6, 5-5 (15-40), para vencer, por 3-6, 7-6 (7/5) e 6-1 e tornar-se na primeira brasileira a alcançar as meias-finais de um major na Era Open. A última brasileira a ir tão longe num major foi Maria Esther Bueno, semifinalista em 1968, no US Open. Em Roland Garros, a campeã brasileira, falecida em 2018, foi por cinco vezes semifinalista, tendo disputado a final de 1964.
“Penso que uma das minhas qualidades é que sei esperar, sou muito paciente e nunca desisto, por isso, espero pelo momento porque sei que tenho um nível alto. Mesmo se não estiver a jogar bem, o ténis vai aparecer e terei a minha oportunidade”, afirmou Haddad Maia (14.ª) que na sua estreia no imponente court Philippe Chatrier, obteve a primeira vitória sobre uma top 10 num Grand Slam.
Nas meias-finais a fasquia será mais alta, pois enfrenta a número um mundial, Iga Swiatek, a quem venceu no Verão passado, em hardcourts. Na reedição da final de 2022, a polaca voltou a derrotar Coco Gauff (6.ª), desta vez por 6-4, 6-2. Após a sétima vitória sobre a teenager norte-americana, sempre em dois sets, a campeã de 2020 e 2022 é a primeira desde 1995 a atingir as meias-finais de Roland Garros com apenas 15 jogos cedidos.