Em The Quiet Girl, o que interessa é o que se sente

Modesto, discreto, enxutíssimo e com uma espantosa Catherine Clinch no papel principal, este melodrama irlandês é um belo filme sobre a infância.

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À imagem da sua heroína, The Quiet Girl é um filme discreto
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Mais do que “silenciosa”, Cáit, a menina de nove anos que é o centro da primeira ficção do irlandês Colm Bairéad, é “sossegada”. Cáit não fala muito, é certo, mas não se mete com ninguém e até fala com as pessoas; os problemas que tem são com as pessoas que falam dela mas não a ouvem, nem a querem ouvir. Cáit é metida consigo, e não precisa mesmo de falar muito porque o seu olhar, a sua postura, a sua presença dizem tudo. Nos primeiros dez, quinze minutos de The Quiet Girl, Bairéad não precisa de muitas palavras nem de muitos diálogos para explicar tudo o que está errado na casa de Cáit; basta-lhe ter a interpretação justíssima da jovem Catherine Clinch (uma revelação), e a tristeza infinita e inescapável que ela faz passar nesses primeiros planos ganha imediatamente o nosso interesse e a nossa emoção.

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