Mês de Maio foi o segundo mais quente do planeta

O mês de Maio foi o segundo mais quente de sempre no planeta, e o oitavo mais quente desde 1931 em Portugal continental, revela um boletim climatológico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

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Em Portugal continental, Maio apresentou-se como muito quente em relação à temperatura do ar e muito seco em relação à precipitação Miguel Manso
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Se tivermos de escolher duas palavras para definir o mês de Maio de 2023, estas seriam sem dúvida “quente” e “seco”. O mês de Maio de 2023 foi o segundo mais quente de sempre no planeta e o oitavo mais quente desde 1931 em Portugal continental, revela um boletim climatológico divulgado esta quarta-feira pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Em termos de temperatura média do ar, Maio de 2023 só é destronado pelo mês homólogo de 2020. A temperatura média global em Portugal foi 0,40 graus Celsius superior ao valor médio obtido no período 1991-2020, ao passo em que na Europa esse indicador ficou muito próximo do valor médio do mesmo período de referência.

Em Portugal continental, Maio apresentou-se como muito quente em relação à temperatura do ar e muito seco em relação à precipitação. “Foi o oitavo Maio mais quente desde 1931 (mais alto em 2022, 19,2 graus Celsius); valor médio da temperatura média do ar, 18,19 graus Celsius, mais 2,47 graus Celsius em relação ao valor normal 1971-2000”, refere a nota divulgada pelo IPMA.

O boletim frisa que dos 10 meses de Maio mais quentes até hoje, sete ocorreram depois de 2000, o que já indica claramente uma tendência de mudança de clima. O mês de Maio de 2022, a título de exemplo, foi anunciado no ano passado como o mais quente dos últimos 92 anos em Portugal continental. Episódios climáticos extremos parecem estar agora a repetir-se com maior frequência.

O valor médio da temperatura máxima foi o décimo mais alto desde 1931, com um valor médio de 24,55 graus Celsius (3,60 graus Celsius acima do valor normal). Já o valor médio da temperatura mínima foi o sétimo mais alto desde 2000, com um valor médio de 11,84 graus Celsius (1,34 graus Celsius superior ao valor normal).

Seca severa e extrema

No final de Maio 35 % do território encontrava-se em seca severa e extrema (26 % e 9 %, respectivamente), segundo o Índice de Severidade de Seca de Palmer (PDSI, na sigla inglesa). As zonas do vale do Tejo, do Alentejo e do Algarve foram as mais afectadas, embora o boletim do IPMA destaque também o agravamento da seca moderada na região Norte e Centro.

Em termos de percentagem de água no solo, verificou-se um aumento da percentagem de água no solo em muitos locais do Norte e Cento. Nas regiões do vale do Tejo, Baixo Alentejo e Algarve, “mantêm-se os valores de percentagem de água no solo inferiores a 10 %”, com alguns locais a apresentar um estado de “emurchecimento permanente”.

No que toca à precipitação na Europa, “verificaram-se condições mais húmidas do que a média na maior parte do Sul da Europa e no oeste da Islândia”. As chuvas fortes provocaram inundações na Itália e na porção ocidental dos Balcãs. Já na Península Ibérica, assim como na Dinamarca, nos países Bálticos, no Sul da Escandinávia e em grande parte do oeste da Rússia, foram observadas condições mais secas que a média.

O IPMA verificou uma precipitação total de 34,8 milímetros, o que corresponde a 49 % do valor normal. Trata-se de valores inferiores aos verificados em Maio em 25 % dos anos desde 1931.

“Durante o mês destaca-se o período de 26 a 31 de Maio com ocorrência de aguaceiros, por vezes fortes, de granizo e acompanhados de trovoada, em especial na região interior Norte e Centro”, refere ainda o boletim divulgado esta quarta-feira.

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