Professores em greve nacional pela recuperação de tempo de serviço congelado

Plataforma de organizações sindicais, que inclui Fenprof e FNE, em protesto pelos seis anos, seis meses e 23 dias de tempo de serviço não contabilizado nas carreiras.

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Protesto dos professores exige seis anos, seis meses e 23 dias de tempo de serviço ainda não contabilizado nas carreiras. LUSA/MIGUEL A. LOPES

Uma plataforma de nove organizações de professores realiza esta terça-feira uma greve nacional e duas manifestações para reivindicar os seis anos, seis meses e 23 dias de tempo de serviço prestado e não pago.

A reivindicação é antiga mas tem agora um simbolismo especial, uma vez que o dia de hoje coincide com o tempo de serviço que os professores reclamam há já vários anos: 06/06/23.

Além da greve, estão convocadas manifestações para o Porto e para Lisboa, segundo a organização do protesto que também anunciou greves para a época de exames nacionais e avaliações finais.

Os professores dizem que não irão desistir do tempo de serviço congelado, mas aceitam que essa recuperação seja feita de forma faseada.

A luta entre sindicatos e ministério da Educação subiu de tom nas últimas semanas, em especial entre a tutela e a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), com acusações mútuas.

No final de um ano lectivo marcado pela realização de várias greves, que começaram ainda em 2022 com o Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (STOP), o ministro da Educação chamou a atenção para o facto de estas paralisações estarem a prejudicar os alunos, em especial aqueles que mais precisam.

Em declarações à Lusa, o ministro João Costa defendeu que as greves aos exames e avaliações colocam em causa a escola pública.

"Estamos a chegar a um momento em que os que estão a ser mais prejudicados são aqueles que dependem mesmo da escola pública, são os que não têm dinheiro para pagar explicações, são os que não têm outros estímulos. É a essência da escola pública que está a ser posta em causa por estas greves sucessivas", disse.

Em resposta, a Fenprof apontou o dedo ao Governo acusando-o de ser o único responsável pela greve, uma vez que o que está na origem da paralisação é "o desinvestimento" do governo e de outros na escola pública.

A greve desta terça-feira assim como as previstas para os exames e avaliações foram convocadas pela plataforma de nove organizações: Associação Sindical de Professores Licenciados (ASPL), Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Federação Nacional da Educação (FNE), Pró-Ordem dos Professores (Pró-Ordem), Sindicato dos Educadores e Professores Licenciados (Sepleu), Sindicato Nacional dos Profissionais de Educação (Sinape), Sindicato Nacional e Democrático dos Professores (Sindep), Sindicato Independente dos Professores e Educadores (SIPE) e Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades (Spliu).