Leão conta que “nacionalização forçada da TAP” esteve por pouco

Na Comissão de Inquérito à TAP, o antigo ministro notou também a relação “bastante produtiva” que tinha com Pedro Nuno Santos e afirmou que a TAP ME Brasil foi “um mau negócio para o Estado”.

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João Leão foi esta terça-feira ao Parlamento LUSA/MÁRIO CRUZ
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O antigo ministro das Finanças João Leão protagonizou a terceira audição do dia no Parlamento e deu conforto às afirmações de Pedro Nuno Santos sobre a TAP. Numa audição que começou pouco depois das 17h e se prolongou pela noite, afirmou que a “nacionalização forçada da TAP” quase aconteceu, notou a relação “bastante produtiva” que tinha com Pedro Nuno Santos e afirmou que a ME Brasil foi “um mau negócio para o Estado”.

Em resposta ao deputado Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, as suas palavras foram claras: "Se não chegássemos ao acordo [com os privados] ia-se por uma nacionalização forçada". Ou: “Esteve mesmo no limite de haver nacionalização forçada da TAP”.

O mesmo assunto foi abordado no início da audição. Aí, em resposta à deputada socialista Vera Braz, Leão explicou que o Governo decidiu que não iria “deixar a TAP morrer”, pelo que negociou com Neeleman a venda das suas acções por 55 milhões de euros. A intervenção do Estado junto da TAP na sequência da pandemia foi o principal tema da audição.

Mas houve outros: o substituto de Centeno na pasta das Finanças descreveu a sua relação com o antigo ministro das Infra-Estruturas, Pedro Nuno Santos, como “bastante produtiva”. "A nossa relação foi bastante produtiva, correu bastante bem. Cada um estava focado na sua área e tínhamos de debater em conjunto", começou por dizer.

O ex-ministro especificou depois que o então seu congénere das Infra-Estruturas se dedicava "à reestruturação e desafios estratégicos" da empresa, ao passo que o seu ministério se focava "na dimensão do planeamento financeiro".

Por fim, considerou, tal como havia feito Pedro Nuno Santos de manhã, que a TAP Manutenção e Engenharia Brasil foi "um mau negócio para o Estado". A audição ficou também marcada por um constante curto-circuito entre Leão e o deputado do PSD, Hugo Carneiro.

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