Leiria abre A Porta à festa em Junho: há centenas de eventos

A programação musical do festival incluiu não só concertos, mas também actividades como magia cómica, dança para idosos, pilates para crianças e múltiplas oficinas criativas.

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O festival vai centrar-se sobretudo na Rua Direita Turismo de Leiria

O festival A Porta volta a animar Leiria com perto de uma centena de actividades entre os dias 11 e 18 de Junho, numa edição desenhada para dar nova dinâmica ao centro histórico, avança a organização.

A programação contempla concertos, workshops, instalações, exposições, jantares temáticos, feiras e experiências para todas as idades, sendo a novidade deste ano a colocação dos dois palcos principais em largos históricos da cidade, avançou Miguel Ferraz, um dos produtores do festival, à agência Lusa.

"O palco principal deixa o Jardim Luís de Camões e toma lugar no largo da Sé de Leiria; o palco secundário larga o Centro Cívico e toma lugar no Terreiro. Ficam os palcos unidos por esta Rua Direita que, no fundo, é uma das sínteses do nosso trabalho este ano", explicou.

Na oitava edição, A Porta quer "pensar a rua", nomeadamente a referida Rua Direita, como é conhecida a rua Barão Viamonte, uma espécie de "sistema nervoso central" da zona histórica. "Os habitantes de Leiria, os comerciantes e as pessoas que usufruem da rua, o que pretendem dessa rua? Se é um lugar de encontro de estar e de partilha ou se é uma "auto-estrada", questiona Miguel Ferraz.

Para isso, será criado um espaço no Centro Cívico, "zona de partilha e de estar", onde haverá conversas e entrevistas com convidados e quem passa. A intenção é que as ideias e propostas para a Rua Direita sejam "debatidas publicamente e em comunidade".

A colocação dos palcos como extremos de um eixo central do festival era uma ambição antiga: "Felizmente conseguimos que se concretizasse. Ver as pessoas a circular para trás e para a frente e pelas transversais, a fazer quase um ping-pong entre os palcos, vai ser uma dinâmica diferente e interessante de perceber como resulta."

A programação musical integra artistas como a italo-africana Shunagi, Femme Fallafel, Unsafe Space Garden, Dino d'Santiago, Puta da Silva, Cave Story, Sunflowers ou L"Homme Statue.

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Dino D'Santiago é um dos cabeças de cartaz Maria Abranches

Performances diversas, magia cómica, stand up paddle no rio Lis, massagem de som, pilates para crianças, dança para idosos e múltiplas oficinas criativas são algumas das outras propostas de A Porta. "Vão ser uma boa representação daquilo que o festival tem construído ao longo das últimas sete edições", acredita o produtor.

No domingo, dia 18 de Junho, a acção muda-se para o Jardim da Vala Real, para "uma componente mais de contemplação e com Gira Coletivo, um grupo de brasileiras muito ligadas ao samba e com muitas percussões. Vai dar ali um bom sambódromo".

A Porta estima ter recebido até 15 mil pessoas na edição de 2022 — é o festival mais mediático de Leiria, segundo a organização, que cita dados da consultora de comunicação Cision — e continua a querer "escancarar" mentalidades" e "abrir as portas que estão fechadas ou aquelas pelas quais passamos todos os dias, mas não entramos".

"Há coisas positivas que temos vindo a aperceber-nos", conta Miguel Ferraz. Por exemplo: as lojas fechadas que foram utilizadas para actividades em anos anteriores são cada vez menos. As lojas estão "a ser alugadas ou compradas para novos comércios" o que, "apesar de ser uma dificuldade para o festival", acaba por se revelar "algo muito positivo".

"Significa que não só o nosso trabalho, mas o de tantas outras pessoas que estão ali todos os dias nos seus comércios, tem dado resultado e que o centro histórico começa, novamente, a ser um local de interesse", sublinha.

Os indicadores que colocam o festival como o mais mediático de Leiria, reflectem que A Porta "tem um nome já bastante considerável a nível nacional". "Muitos artistas pedem muito para tocar no festival porque se identificam com a sua génese e a sua missão. É sempre uma responsabilidade", conclui Miguel Ferraz.

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